Título: Suspeita de fraude já está no presídio
Autor: Danyella Proença
Fonte: Jornal do Brasil, 30/05/2005, Brasília, p. D6

Pedida prisão preventiva de Carlimi, acusada de ser o elo entre o Cespe e a quadrilha que vendia provas de concurso Carlimi Argenta de Oliveira, acusada de ser o elo entre a quadrilha que fraudava concursos públicos e o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília foi transferida ontem para o Presídio Feminino do Gama, conhecido como Colméia. Carlimi, de 29 anos, foi presa na quarta-feira e teve o pedido de prisão preventiva expedido no sábado, quando passou a noite na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), localizada na 204/205 sul. Seu marido, Fernando Leonardo de Oliveira, continua detido no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Carlimi foi uma peça chave nas investigações da Polícia Civil (PCDF). Graças às revelações feitas por ela, foi possível chegar ao nome de Fernando, ex-funcionário da gráfica do Cespe que repassava os exames para Hélio Ortiz, apontado como líder da quadrilha. Em seu primeiro depoimento, Carlimi chegou a acusar o diretor acadêmico do Cespe, Mauro Rebelo, para proteger Fernando. Rebelo recebeu voz de prisão na noite de sexta-feira, quando saia da Universidade de Brasília acompanhado pelo reitor Lauro Morhy. Menos de seis horas depois de preso, Mauro Rebelo foi liberado pela polícia. O segundo depoimento de Carlimi, na madrugada de sábado, inocentou o diretor acadêmico do Cespe.

Ela acabou revelando o nome do marido, Fernando Leonardo de Oliveira, e admitiu ter mentido para proteger ''o homem que amo''. Como Fernando foi demitido do Cespe em 2003, a Polícia Civil agora investiga quem teria sido responsável por repassar os exames entre 2004 e 2005. A PCDF acredita que o contato da quadrilha com o Cespe não tenha sido encerrado com a saída de Fernando, já que o braço direito de Ortiz, Aléssio Alberto Gomes, teria distribuído no último domingo o gabarito do concurso para agente penitenciário aos candidatos que os compraram, em um estacionamento do Parque da Cidade. Ortiz, Aléssio e Fernando estão presos na DPE.