Título: Meta é proteger recursos hídricos
Autor: Guilherme Queiroz
Fonte: Jornal do Brasil, 30/05/2005, Brasília, p. D3
Os primeiros investimentos do programa Brasília Sustentável visam reverter quadros alarmantes e já anunciados na preservação dos recursos hídricos do DF. As regiões que serão contempladas com investimentos de US$ 115 milhões são as que sofrem hoje as principais ameaças à conservação das bacias do Rio Descoberto e do Lago Paranoá. Juntos, os reservatórios fornecem mais de 80% da água consumida diariamente pelos brasilienses. A cidade de Águas Lindas (GO), receberá redes de coleta de esgoto para a população que já supera 200 mil habitantes. Hoje, os moradores têm de conviver com esgoto correndo a céu aberto ou, na melhor das hipóteses, despejá-lo em rústicas fossas sépticas. O despejo descontrolado dos refugos no solo, tão próximos ao reservatório do Descoberto representam um vetor de contaminação iminente.
O maior dos perigos na falta de saneamento em Águas Claras é a proximidade com a barragem do Descoberto e o decorrente risco de contaminação de lençóis freáticos e do solo próximo ao lago. Cerca de 70% de toda a água consumida no DF provém do reservatório. Segundo a secretária de Captação de Recursos, Rossana Cunha Rêgo, os benefícios das obras serão sentidos muito além dos limites de Águas Lindas.
- O projeto afeta não só a população imediatamente beneficiada como também garante a qualidade dos recursos hídricos que abastecem quase todo o DF - explica.
Outro foco de problemas ambientais que receberá medidas corretivas será Vicente Pires. Os mais de 200 condomínios irregulares instalados na região não tem saneamento básico e, assim como Águas Lindas, despejam seus resíduos em fossas sépticas em uma área permeada de córregos e nascentes da bacia do Lago Paranoá. Juntas, o valor das obras de Vicente Pires e de Águas Lindas correspondem a toda a contrapartida do GDF, ou seja, US$ 57,5 milhões.
- Essas obras contemplam apenas a rede de esgoto. Vamos construir também as redes de abastecimento de água que custarão outros US$ 50 milhões - esclarece o diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas e Saneamento (Adasa), Davi de Matos.
Dentro dos investimentos previstos, US$ 31 milhões serão destinados à total urbanização da Vila Estrutural. As ruas ganharão asfalto, e a invasão será dotada de redes de água pluvial e de coleta de esgoto. Outros US$ 5 milhões serão gastos na desativação do Lixão e implantação do novo aterro sanitário, previsto para ser construído em uma área entre Samambaia e Ceilândia. O restante do empréstimo, será destinado a elaboração de estudos ambientais das obras em Vicente Pires, Vila Estrutural e Águas Lindas.
- Se juntarmos todos os investimentos, poderemos chegar a US$ 161 milhões pelo Brasília Sustentável - conclui Matos.