Título: Créditos externos melhoram Capital
Autor: Guilherme Queiroz
Fonte: Jornal do Brasil, 30/05/2005, Brasília, p. D3

Empréstimo do BID pode renovar sistema de transporte coletivo, dando seqüência a uma série de negociações internacionais O futuro do combalido sistema de transporte coletivo do DF tem, na próxima semana, um momento decisivo para os planos de melhorias previstos pelo GDF. Desembarca hoje em Brasília a terceira missão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com a tarefa de analisar se a proposta definida pelo governo estará apta a captar US$ 161 milhões - cerca de R$ 386 milhões. Se o projeto for aceito, o GDF promete mudanças no transporte público para o início do próximo ano. As negociações para o Programa de Transportes Urbanos do DF chegaram à etapa de apresentação do esboço final da proposta. Os técnicos da instituição receberão um anteprojeto prevendo a reestruturação do transporte público, prevendo a integração das modalidades existentes - metrô, ônibus e vans - e a execução de obras nos principais corredores de passageiros do DF. Além do financiamento, o GDF investirá outros US$ 85 milhões (R$ 204 milhões) como contrapartida e terá quatro anos para implementar o programa na sua totalidade.

- As negociações demoram porque chegamos à conclusão que só poderíamos trabalhar com dados altamente confiáveis para conseguirmos um investimento desse porte - explica a secretária de Captação de Recursos, Rossana Cunha Rêgo.

A vinda de mais duas missões de técnicos do BID está previstas nas negociações do projeto. A idéia, segundo o secretário da Agência de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Urbano e coordenador do projeto, Tadeu Filippelli, é que algumas etapas do projeto sejam executadas paralelamente para que as primeiras medidas já possam ser tomadas assim logo da assinatura do contrato, prevista para o início de 2006. Por exemplo, os estudos de impacto ambiental das obras previstas já estão sendo elaborados.

- Mesmo antes da assinatura do projeto o BID permite que sejam iniciados processos que estejam definidos como contrapartidas, como a licitação das obras - exemplifica Filippelli.

A obras previstas contemplam uma total reconfiguração do atual sistema. Os principais corredores utilizados pelo transporte público - como a Via Estrutural e a EPTG - poderão ter novas faixas ou até uma faixa exclusiva para os ônibus. Baias e a instalação de novas paradas também estão previstas no projeto. Dois terminais de integração, um no final da Asa Sul e outro no final da Asa Norte, ficarão encarregados de distribuir passageiros oriundos das cidades satélites nas linhas que circulam pelo Plano Piloto.

- O projeto é muito amplo, mas logicamente algumas pequenas intervenções viárias serão possíveis, de partes de corredores, e de parte da informatização dos sistemas da integração - prevê Filippelli.

A principal meta do projeto é, porém, a integração total dos modalidades de transporte público. Segundo Filippelli, se a proposta for aceita, os diálogos com os empresários do setor serão iniciados para debater a implementação do bilhete eletrônico. O novo sistema prevê a cobrança de um bilhete único entre o ponto de partida e o de destino do passageiro, não importando quantos meios de transporte sejam utilizados.

- Poderemos ter algumas mudanças significativas, caso a proposta seja aprovada, já no começo do ano que vem. A idéia é termos começado a definir como será feita a integração do sistema - complementa Rossana Cunha Rêgo.

Ela afirma que uma eventual aceitação da proposta esta semana pode significar o início dos trabalhos previstos no projeto. Os editais de licitação das obras, segundo Rossana, poderão ser elaborados e a as linhas existentes começarão a ser redesenhadas.