Título: Policial nega autoria da gravação
Autor: Daniel Pereira e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 31/05/2005, País, p. A3

Agente do extinto Serviço Nacional de Informações até 1984, o capitão reformado da PM mineira José Santos Fortuna Neves negou ontem envolvimento na gravação onde o ex-chefe do Departamento de Contratações dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo propina e revelando um esquema de corrupção na estatal. O advogado de Fortuna, Reginaldo Bacci, no entanto, acabou colocando sob suspeita uma das licitações canceladas da ECT, onde o capitão representou a multinacional Intermec. Para o advogado, este problema na licitação pode ter colocado ele como suspeito da gravação. De acordo com Bacci, Fortuna teve contato com Maurício Marinho nesta época. O advogado garantiu que seu cliente não conhece o deputado Roberto Jefferson, que o citou em depoimento, nem muito menos ''Comandante Molina''. Ele disse que Fortuna esteve em uma reunião no início do ano com o presidente dos Correios, João Henrique, na companhia do deputado José Chaves (PTB-PE), para reclamar que a Intermec perdera a licitação, mesmo apresentando menor preço. José Chaves é citado no depoimento do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Menezes Batista, como a pessoa que apresentou o currículo de Marinho. Fortuna é dono da empresa Atrium, uma empresa de consultoria tecnologia.

O IRB-Brasil (Instituto de Resseguros do Brasil) anunciou ontem a abertura de sindicância interna para apurar a existência de um suposto esquema na instituição visando arrecadar dinheiro para partidos políticos. Quatro funcionários de carreira foram indicados para integrar a comissão de sindicância, mas os seus nomes não serão revelados. O relatório deve ser concluído em 15 dias. Há suspeita de tráfico de influência na estatal.