Título: Ritmo varia na liberação de verbas
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 31/05/2005, Brasília, p. D3

O GDF gastou uma proporção maior das verbas previstas para a divulgação oficial, que inclui a publicidade e propaganda, do que para outros setores, como Educação, até abril deste ano. Segundo dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), usado pelos parlamentares para acompanhar a aplicação do orçamento, o GDF já gastou 65% do total previsto para divulgação publicitária de 2005 que é de R$ 63,8 milhões. Enquanto com Educação foram aplicados apenas 26,8% do R$ 1,09 bilhão previsto. Os demais serviços oferecidos pelo governo, como saneamento, segurança pública e saúde tiveram aplicações ainda menores, que variaram entre 1,86% e 22% do previsto. Segundo o assessor de análise do orçamento da gabinete deputado Augusto Carvalho (PPS/DF), Gilmar José Rocha, os gastos do governo nesses serviços se concentram no pagamento de pessoal e demais despesas administrativas. De acordo com Rocha, o governo está gastando mais com transporte escolar do que com a construção e reforma de escolas. Foram aplicados R$ 6,5 milhões no transporte escolar de ensino fundamental, contra R$ 1,1 milhão nas escolas.

- Em vez de construir escolas nas regiões com carência de estabelecimentos de ensino, o governo coloca os alunos para estudar em outros lugares, longe de casa. E com isso, algumas escolas ficam superlotadas - afirma Rocha.

Segundo o assessor, faltam escolas públicas na vila Estrutural, no Riacho Fundo I, no setor de expansão da Ceilância, a QNQ/QNR, entre outras regiões.

Já a Segurança Pública recebeu 12,07% do valor previsto em R$ 21,4 milhões. Segundo Rocha, as funções de informação e inteligência da segurança não contaram com nenhum recurso.

- Pelos dados podemos constatar ainda que o governo não está investindo em policiamento - acrescenta.

A Saúde recebeu 15% do R$ 1,95 bilhão previsto, sendo que o principal serviço, chamado de assistência hospitalar e ambulatorial, só contou com 10% dos R$ 592 milhões orçados para este ano. A vigilância epidemiológica, que controla a disseminação do hantavirus, por exemplo, contou com apenas R$ 500 do total de R$ 1 milhão, previsto no orçamento.

O Saneamento, orçado em R$ 245,8 milhões contou com apenas 1,86% do previsto até abril. Segundo Rocha, falta ainda aplicar recursos em obras de saneamento em algumas regiões, como Samambaia, Águas Claras e Áreas de Desenvolvimento Econômico.

Com relação ao incentivo ao emprego, os dois programas do governo Empregabilidade e Fomento ao Trabalho não receberam nenhum recurso. O valor orçado para este ano é de R$ 38,3 milhões, sendo que foram aplicados 15%, até abril.

- Na função Trabalho, os gastos se concentram mais na burocracia, ou seja na administração - afirma.

Na gestão ambiental foram aplicados 22% do recurso de R$ 58,6 milhões, disponíveis para preservação ambiental.

De acordo com Rocha, as despesas com desporto e lazer alcançaram 15% do previsto que é de R$ 41,8 milhões.

- As regiões administrativas carecem de construção e manutenção quadras de esportes e programas de incentivo, como escolinhas - afirma.