Título: Erros freqüentes
Autor: Claudia Bojunga
Fonte: Jornal do Brasil, 31/05/2005, Saúde, p. A12

O antibiótico - descoberto por Alexander Fleming, em 1928 - foi uma das maiores revoluções na medicina. Eficaz, se popularizou, tendo se tornado extremamente comum a auto-medicação indiscriminada.

O pneumologista Barros Franco alerta para os equívocos mais freqüentes dos pacientes em relação ao uso do remédio:

- As pessoas, principalmente nessa época em que o inverno está chegando, tomam antibiótico para qualquer infecção respiratória. Isso é um erro, porque a maioria das gripes é causada por vírus - comenta o médico.

De acordo com o especialista, os pacientes, na maioria da vezes, acabam se recuperando, mas por causa do seu sistema imunológico.

Outro problema de comprar o antibiótico por conta própria é que existem vários tipos de bactérias. Então a pessoa pode tomar um remédio à toa, que não ataca a bactéria que está em seu organismo.

O uso por um tempo menor do que o prescrito também é nocivo:

- As bactérias para se defender, ficam metabolicamente inativas, o que impede a ação do remédio. Se o tratamento é interrompido, a bactéria tem tempo de voltar a crescer - afirma Barros Franco.

Segundo ele, a bactéria que sobreviveu e teve contato com o antibiótico sofreu uma mutação. Se esse indivíduo, por exemplo, vai para o trabalho e tem um colega que está passando por um estresse ou veio de uma cirurgia vai ser contaminado com uma bactéria mais resistente.