Título: Socióloga defende integração
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 02/06/2005, Rio, p. A13

Para cumprir seu papel, o sistema de monitoramento eletrônico deve ser integrado, em tempo real, com o serviço 190, da Polícia Militar. O alerta é da socióloga Julita Lemgruber, que acredita que a iniciativa de controle da sociedade por meio de câmeras seja necessária no Rio de Janeiro. - É preciso que, no fim das operações, seja feita uma avaliação sobre as principais ocorrências. Quais locais são mais atingidos, qual o tipo de crime mais cometido em determinada área. A redução da criminalidade só será possível quando os dados saírem do centro - explicou Julita.

Segundo a socióloga, a revolução gerencial ocorrida em Nova York, à época dos atentados de 11 de setembro de 2001, só foi possível graças a uma modernização do banco de dados.

- Para que haja uma revolução gerencial parecida por aqui, é preciso passar pelo sistema de monitoramento e uso do banco de dados gerado por este controle. O mundo inteiro está se adaptando a esse tipo de monitoramento - explicou.

Para o sociólogo especializado em violência José Augusto Rodrigues, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o sistema pode, a longo prazo, contribuir na redução dos índices de violência. No entanto, ele lembra que o monitoramento pode ter um ''efeito colchão d'água'', ou seja: as ocorrências registradas em locais em que existam câmeras podem diminuir, deslocando-se, porém, para outras áreas.

- A criminalidade cotidiana e a desordem urbana podem diminuir, sim. Em Copacabana, isto já aconteceu - analisou José Augusto.