Título: Casal Garotinho de novo elegível
Autor: Nelson Carlos de Souza
Fonte: Jornal do Brasil, 02/06/2005, País, p. A6

A governadora Rosinha Matheus e o secretário de Governo Anthony Garotinho recuperaram temporariamente os seus direitos políticos. A decisão foi do juiz Márcio Pacheco de Melo, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O magistrado concedeu ontem efeito suspensivo à decisão da juíza de Campos, Denise Appolinária, que, no dia 13 de maio, tornou o casal inelegível por três anos. O efeito suspensivo tem validade até o julgamento do TRE ou se houver recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Logo depois ser informado que estava de novo elegível, Garotinho afirmou que foi feita justiça e que, com esta decisão ''as coisas voltarão ao seu nível de tranqüilidade''. Questionado sobre a que cargo a sua mulher é candidata nas eleições de 2006, o secretário de Governo foi taxativo:

- Rosinha não é candidata a nada.

O secretário de Governo disse que é candidato a Presidência da República e que vai inscrever o seu nome nas prévias do PMDB.

No dia 13 de maio, ao ficar sabendo da decisão da juíza de Campos, Garotinho afirmou que o despacho foi um ato de terrorismo. O casal acusou Denise Appolinária de dar a sentença com motivação política e de ter ligações com o Partido dos Trabalhadores.

Ontem, ao saber do efeito suspensivo, durante a inauguração do Centro de Controle da Secretaria de Segurança, no prédio da Central do Brasil, a governadora Rosinha Matheus disse que sempre confiou na Justiça e que a decisão da juíza não tinha nenhuma sustentação para incriminar a ela ou ao seu marido.

A decisão de ontem do juiz Márcio Pacheco de Melo também beneficia com efeito suspensivo o candidato derrotado à prefeitura de Campos pelo PMDB, Geraldo Pudim. Já o prefeito afastado, Carlos Alberto Campista, terá que aguardar fora da prefeitura o julgamento do seu recurso pelo plenário do TRE. O juiz Ivan Nunes Ferreira observou que Campista foi condenado com base no artigo 41 da Lei Eleitoral, que tem efeito imediato, impedindo que o punido se mantenha no cargo.

O juiz do Márcio Pacheco de Mello informou ter concedido a liminar por entender ''ser plausível'' o direito invocado pela governadora já que a sentença manifesta o ''risco de dano irreparável ou de difícil reparação, pois a pena de inelegibilidade macula a imagem do homem público''.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Marlan de Moraes Marinho, garantiu ontem que o julgamentos dos recursos contra a sentença da juíza Denise Appolinária serão rápidos. Marlan não fixou um prazo, mas disse acreditar que antes de três meses o assunto estará decidido.

- Esse prazo não depende apenas da justiça eleitoral. O Ministério Público e as partes também se manifestam - explicou.