Título: Paulo Bernardo rejeita negociar em separado
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Fonte: Jornal do Brasil, 03/06/2005, País, p. A3

BRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ao grupo de representantes dos sindicatos que gostaria de realizar uma negociação centralizada, com critérios gerais para atender a todos os servidores. - É importante que qualquer decisão leve em conta o conjunto do funcionalismo e o impacto na folha de todos os casos. Até falei com os sindicatos que se nós fizermos uma negociação em fatias, provavelmente, vamos precisar de 150% do orçamento para cobrir depois o resultado da negociação - afirmou Paulo Bernardo.

Segundo o ministro do Planejamento, um dos critérios para iniciar as negociações é atender somente as categorias que não foram contempladas com reajustes. Esse é o caso dos servidores do INSS que conseguiram um repasse de 47,11%, sobre o vencimento básico. O repasse foi divido em quatro parcelas, sendo que uma foi paga aos servidores ontem e a última será paga em dezembro desse ano.

- Conversamos com as entidades sindicais. Vamos recomeçar as negociações na mesa de negociações ainda nesse mês. E definir critérios gerais - afirma Paulo Bernardo.

O ministro da Previdência Social, Romero Jucá, fez, ontem, um apelo aos grevistas do INSS para que voltassem ao trabalho.

- A mesa de negociação ainda está aberta. Os servidores estão tendo 22% de incremento salarial este ano. É um valor bem maior do que qualquer tipo de correção de inflação, portanto, faço um apelo para que voltem ao trabalho - argumenta Jucá.

Segundo o comando da greve, os 22% citados pelo ministro se referem a uma demanda judicial de 2003, ganha por um grupo de servidores e que acabou repassada aos demais. Os sindicalistas dizem que isso não pode ser considerado reposição salarial.

Segundo a Previdência, a greve é parcial e só atinge 14 estados. O ministro acrescentou que o governo ainda não se decidiu sobre corte de ponto dos grevistas.

- Estou na fase paz e amor. É importante negociar. Mas o ministério irá seguir a orientação do governo - afirma Jucá.

A adesão dos servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social do Rio no primeiro dia da greve nacional foi de 70%, segundo levantamento realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social.

Apesar do percentual alto de adesão, o sindicato reconhece que a adesão dos hospitais federais ficou abaixo do esperado, mas ressalta que existem várias assembléias marcadas e que o movimento deve ganhar fôlego nos próximos dias. O sindicato alega que os servidores da seguridade social estão há mais de 10 anos com salários congelados. Em 2003, o governo federal concedeu um reajuste de 1% e em 2005, de 0,1%.