Título: Lula descarta reforma ministerial
Autor: Ana Maria Tahan e Leila Youssef
Fonte: Jornal do Brasil, 02/06/2005, País, p. A3

Luiz Inácio Lula da Silva já avisou seu círculo mais próximo no Planalto de que está descartada uma reforma ministerial feita de forma abrupta. A afirmativa desfaz outro desconforto causado pelo secretário de Comunicação, Luiz Gushiken, que sugeriu uma renúncia coletiva dos ministros petistas. A idéia foi ventilada numa reunião na casa da secretária de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, na noite de terça-feira. O encontro tentava avaliar a crise política e a CPI dos Correios, inclusive com a presença do presidente do PT, José Genoino.

É a segunda vez que Gushiken fala em mudança na Esplanada. A outra foi no mês passado, quando sugeriu a saída de Aldo Rebelo da pasta da Articulação Política.

Ontem, nas bancadas do PT no Congresso havia relatos de que de a maioria dos ministros do partido deixou claro sua contrariedade com a hipótese levantada pelo secretário de Comunicação.

- O que será que o Gushiken tem dentro da cabeça? - perguntava-se um petista da Câmara.

E teria sido o ministro da Fazenda Antonio Palocci quem primeiro rejeitou a proposta com mais veemência. O homem forte da economi também argumentou, disse um petista, que esta seria a pior escolha no momento, pois trata-se de pressão descabida sobre Lula.

Nos bastidores do Congresso a proposta de Gushiken sequer era levada a sério. Há uma espécie de consenso também no governo de que mexer agora no primeiro escalão causaria mais confusão. Dentro do PMDB, um dos partidos com maior interesse em aumentar a participação no governo, a idéia de renúncia coletiva era vista como ''mais uma do PT''. Outro peemedebista dizia que a idéia era risível.

Coube ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, um discurso que vai na mesma linha do ouvido nos corredores do Planalto.

- O PMDB não vai sugerir, propor ou recomendar uma reforma ministerial neste momento.