Título: Parada do Orgulho espera por 8 mil
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 04/06/2005, Brasília, p. D4
Manifestantes saem do Congresso a partir das 14h e cobram aprovação de projetos como o que institui união civil de gays Já está tudo preparado para a 8ª Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Transexuais e Simpatizantes (LGBTTS) de Brasília. Com o tema Parceria civil já! Direitos iguais: nem mais, nem menos, o movimento espera reunir amanhã, a partir das 14h, oito mil pessoas - entre elas turistas, políticos e artistas - na Esplanada dos Ministérios. Saindo de frente do Congresso Nacional, a Parada segue pela Esplanada rumo à Rodoviária do Plano Piloto. O presidente do Grupo Estruturação, Welton Trindade, explicou que a festa faz parte das manifestações do Dia Internacional do Orgulho LGBTT, 28 de junho. Data representativa do movimento porque, em 28 de junho de 1969, a polícia americana fez uma batida, no bar nova-iorquino Stonewall, e tentou agir com violência contra os GLS. Mas eles, pela primeira vez, reagiram jogando garrafas nos policiais. Para os GLS a manifestação foi uma conquista inédita.
A parada de Brasília é a terceira mais antiga do País, perde apenas para Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com Welton, a manifestação desse ano quer denunciar a oposição do legislativo federal a 15 projetos de lei que reconhecem a cidadania dos LGBTT, como o da união civil. Assim como, pretende criticar o comportamento discriminatório do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti.
- A parada de Brasília é maior manifestação de Direitos Humanos da Capital Federal. Vamos reivindicar nossos direitos junto aos Poderes Federais - afirma Welton, integrante da Comissão Organizadora da Parada.
Durante a Parada terão trios de pais e mães de LGBTT mostrando que o preconceito pode ser vencido e que o apoio da família é fundamental.
Mãe de Gabriel Linhares, Liliana Linhares, 42 anos, está bastante empolgada para subir no trio amanhã. Vestindo as cores do arco-íris, símbolo do movimento, ela garante que aceitou a opção sexualidade do filho antes mesmo que ele a contasse sobre a escolha.
- Ele tinha 16 anos quando encontrei um papel com a letra dele contando a primeira experiência e estava escrito ''conclusão: sou homossexual''. Foi um baque. Mas não toquei no assunto durante dois anos porque queria que ele me revelasse. Ele só me disse ano passado. Hoje, ele tá com 19 anos e eu o apoio em tudo para que ele seja feliz - afirmou a mãe.
A parada é o principal evento de uma programação de mostra de filmes, seminário, festas e noite cultural. Todos as atividades visam mostrar diferentes formas de arte abordando a diversidade de orientação sexual e de identidade de gênero.
Os Ministérios da Saúde e da Cultura e a Embaixada da Espanha patrocinam a Parada.