Título: Pesquisar taxas ajuda a aliviar orçamento
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Fonte: Jornal do Brasil, 05/06/2005, Economia & Negócios, p. A18

O Sindicato Nacional dos Aposentados chegou ao alarmante número de 98% dos aposentados endividados ao pesquisar as razões da elevada procura pelo serviço de assessoria para revisão de benefícios que oferece em seu posto, em Copacabana.

Diante do resultado do levantamento, feito com 2.300 idosos, fecharam convênio com um banco para concessão de empréstimos a taxas entre 1,5% e 3,2% ao mês.

- Buscamos orientar os aposentados para que o empréstimo não vire mais um problema. Os parentes também devem alertar os idosos para o uso consciente do crédito - diz Jorge dos Santos, presidente do sindicato.

A Anefac lembra que é necessário pesquisar as taxas nas instituições.

O casal Maria das Graças Martins, de 57 anos, e Jorge Haydt, de 80, foi ao posto do sindicato pedir empréstimo no nome dela. Ele contribuía com o INSS pelo limite máximo, o que hoje lhe proporcionaria aposentadoria de R$ 2.668. Mas o benefício acabou corroído a R$ 1.700. Hoje, tenta uma revisão do valor.

- Desisti de pagar minhas dívidas com bancos, de R$ 20 mil. Minha sorte é que não fico doente. Um plano de saúde para mim não sairia por menos de R$ 1.000, e eu não posso pagar.

Cardiopata, e com dificuldade de acomodar despesas médicas de R$ 650 em uma aposentadoria de R$ 1.280, ela pediu o segundo empréstimo, de R$ 1.200, para resgatar jóias penhoradas.

- Meu limite do cheque especial está tomado. Meus gastos não são luxo, mas para atender necessidades.

Ulysses Reis, da Fundação Getúlio Vargas, afirma que muitos aposentados sustentam a família. Assim, o consumo de carros e imóvel - apontados como destino dos empréstimos de 1,3% e 4% deles, respectivamente - é feito, muitas vezes, em nome de filhos.

- Os idosos não têm uma visão de longo prazo e, por isso, gastam seu dinheiro ajudando a família.