Título: Devastação aumentou no estado
Autor: Carolina Benevides e Florença Mazza
Fonte: Jornal do Brasil, 05/06/2005, Rio, p. A28

Depois de ver sumir 83% de sua Mata Atlântica com o desmatamento, o Estado do Rio vive sob o risco de, em alguns anos, praticamente perdê-la. Além de ter uma área de floresta cada vez menor, o fluminense está desmatando mais. É o que indica um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica. O estudo mostra que a média de hectares desmatados anualmente no estado aumentou nos últimos anos. Se entre de 1900 a 1985 a devastação era de 7.167 hectares/ano, de 85 a 2000 esta média chegou a 12 mil hectares/ano. - A situação é gravíssima. A mata só não vai terminar porque está na Serra do Mar, área de difícil ocupação - explica o presidente da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, que aponta a especulação imobiliária como a principal vilã.

Bióloga da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, Lara Moutinho observa que novos loteamentos ameaçam também a Região dos Lagos. Mas Petrópolis dá um alento aos ambientalistas. Um mapeamento feito pelo Instituto Terra Nova revela que cerca de 72% dos 60 mil hectares da APA Petrópolis são cobertos por Mata Atlântica.

- O dado nos surpreendeu - observa Bruno Coutinho, que coordenou o trabalho. Ele atribui a conservação à atividade turística exercida na região.

O desmatamento é o campeão de denúncias recebidas pelo Disque-Floresta, do Instituto Estadual de Florestas (IEF) - foram 73 no ano passado.

- Vamos intensificar a fiscalização do cumprimento do código florestal, que obriga o agricultor a reservar 20% de sua terra para conservação - afirma o presidente do IEF, Maurício Lobo.