Título: Pouco a comemorar
Autor: Carolina Benevides e Florença Mazza
Fonte: Jornal do Brasil, 05/06/2005, Rio, p. A28

Degradação e lembrança de ativista morto marcam Dia do Meio Ambiente Com uma paisagem composta por praias, montanhas, lagoas e dunas, o Rio de Janeiro tinha tudo para ser um paraíso ecológico. Mas o avanço da degradação faz com que, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a população do estado tenha mais motivos para se preocupar do que comemorar. Ecologistas alertam para a deterioração em ritmo acelerado dos recursos naturais do estado. Este ano, a data tem um sabor ainda mais amargo para os fluminenses: os problemas saíram da esfera ambiental para se tornar caso de polícia. O assassinato do ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro, de 61 anos, em 22 de fevereiro, na Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu, é mais um motivo de tristeza no dia de hoje. Seu Júlio, como era conhecido, integrava a ONG Grupo de Defesa da Natureza (GDN) e investigava a caça e a extração de palmito irregulares na região. Foi morto por brigar pelo o que considerava uma de suas maiores riquezas: o meio ambiente.

Preso pela polícia, o caçador Leonardo de Carvalho Marques, 21 anos, já foi denunciado pelo Ministério Público como o assassino do ambientalista e está acautelado na 52ª DP (Nova Iguaçu). O processo em que é acusado de homicídio doloso está sob análise da juíza Elizabeth Machado, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

Enquanto esperam pela decisão da Justiça, os ambientalistas assistem à degradação acelerada do ecossitema fluminense, por terra, água e ar. Em vez de festa, o Dia Mundial do Meio Ambiente é de tristeza e alerta no Rio.