Título: Eleição na UnB entra na reta final
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 05/06/2005, Brasília, p. D5
Comunidade acadêmica vai às urnas nos dias 15 e 16 para escolher entre as três chapas que disputam a reitoria O processo eleitoral para a reitoria da Universidade de Brasília chega a sua fase final. O primeiro debate entre os três candidatos, agendado pela Comissão Organizadora de Consulta (COC), acontecerá quinta-feira. Nos dias 15 e 16, cerca de 30 mil pessoas da comunidade acadêmica - professores, alunos e funcionários - vão às urnas, escolher seu novo reitor. O resultado será divulgado na noite do último dia de eleição. Após oito anos da administração de Lauro Morhy, três chapas disputam a vaga. O professor de psicologia e atual vice-reitor, Timothy Mulholland, pretende dar continuar as principais obras da atual administração com a descentralização e a criação de novos campus universitários nas satélites.
- Daremos continuidade ao que vem sendo importante como a democratização do acesso à universidade, o apoio ao estudantes de baixa renda e os projetos sociais e culturais - garante o vice-reitor.
Mulholland afirma que incentivará a pesquisa, solucionar as deficiências de pessoal e os problemas de espaço físico e intensificará as relações com a sociedade. Atualmente, há um déficit de mais de 300 professores e pelo menos mil funcionários na UnB. Os outros dois candidatos, o professor de Comunicação Luiz Gonzaga Motta e o professor de Sociologia Michelangelo Giotto Trigueiro, garantem que quem não conseguiu mudar em oito anos, não tem credibilidade para falar em transformações.
- O continuísmo é nocivo à UnB, pois não há alternância de idéias e pontos de vista. Não adianta mudar as pessoas, é preciso alterar os rumos da universidade - afirma Luiz Gonzaga Motta.
Para Motta, a qualidade da universidade tem caído e ela está apática e sem criatividade. Segundo ele, a UnB entrou em um espiral descendente e perdeu sua posição de vanguarda, parando de discutir temas importantes para a comunidade acadêmica e para a sociedade.
- Queremos criar ouvidorias e trazer grandes nomes do cenário nacional e internacional para a UnB - garante o candidato.
A chapa do professor Michelangelo, denominada UnB Original, pretende retomar o projeto original previsto para a universidade, além de buscar inovações para valorizar a vida acadêmica e recuperar as condições de trabalho. Entre as propostas estão a criação de um parque tecnológico, de um museu interativo de ciência, tecnologia, história natural e artes e de Casas Nacionais, que seriam centros de ensino de línguas e cultura estrangeira.
- A prioridade é recuperar o que está quebrado. Além disso, muitas áreas estão precisando de expansão - afirma Trigueiro.