Título: Acusado de pedofilia é preso
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 08/06/2005, Rio, p. A16

Agentes da Operação Anjo da Guarda da Polícia Federal prenderam, ontem de manhã, o professor de artes marciais Anderson Luís Juliano Borges Costa, 33 anos, no bairro Belverede, em Volta Redonda. Ele é acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos 20 crianças e de ter produzido, divulgado e trocado fotos e vídeos de atos sexuais com menores no Brasil e no exterior. Os policiais acreditam que tenham descoberto o maior acervo de pornografia infantil da América Latina, com mais de 1 milhão de imagens. De acordo com o superintendente da Polícia Federal, José Milton Rodrigues, ele vai responder por atentado violento ao pudor e será processado por pedofilia. Anderson Costa poderá ainda ser condenado de seis a dez anos de prisão por cada criança que molestou.

Anderson é formado em engenharia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), dava aulas de artes marciais para crianças de 8 a 14 anos em Volta Redonda, e tinha uma casa em Ubatuba, litoral de São Paulo, onde filmou crianças menores de cinco anos na praia. Os policiais federais monitoram a conduta dele há cinco meses. Segundo César Gaspar, chefe da Polícia Federal em Volta Redonda, os irmãos e os pais do preso foram preservados depois que os agentes da Operação Anjo da Guarda constataram que não havia nenhum envolvimento da família.

Em dezembro de 2004, os policiais haviam apreendido 166 CDs e dois computadores na casa de Anderson, que continham mais de 560 mil fotos de pornografia infantil. O mandado de prisão temporária foi expedido pela 7ª Vara Federal Criminal da capital e após nove meses de investigação, a operação cumpre 18 mandados de busca e apreensão em nove estados.

O superintendente José Milton contou que as primeiras investigações sobre pedofilia começaram em 2001, quando 89 pedófilos foram presos na Espanha, com imagens de pornografia infantil envolvendo internautas da América Latina e Europa. Segundo ele, foram necessárias ordens judiciais para quebrar o sigilo da comunicação telemática entre os provedores.