Título: Empresas buscam qualificação
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Fonte: Jornal do Brasil, 08/06/2005, Brasília, p. D3

O despreparo de grande parte do empresariado está no topo da lista de explicações para a quebra de 50% dos pequenos empreendimentos nos dois primeiros anos de funcionamento e de 60% em até quatro anos de existência, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pelo mesmo motivo, todos os anos empresas deixam de cumprir as condições necessárias ao recebimento de incentivos governamentais. Ações de sindicatos e associações serão apresentadas, ao longo deste mês, com intuito qualificar os microempresários locais. Voltado para os empresários atacadistas do DF, o sindicato da categoria (Sindiatacadista) vai lançar, no dia 22, cartilha para explicar detalhadamente as normas e especificidades do Termo de Acordo do Regime Especial (Tare) - programa que oferece incentivos tributários em troca de contrapartidas. Essas obrigações são muitas vezes descumpridas pelos empresários que, por desinformação, acabam perdendo as vantagens.

- Acreditamos que em torno de 15% das empresas perdem o Tare por não conhecer a lei e incorrer em algumas infrações - revela Fábio de Carvalho, presidente do Sindivarejista.

O empresário exemplifica a importância do Tare, criado em 1999 para estimular o crescimento da atividade no DF, com números. No ano de implantação, R$ 8 milhões foram recolhidos de ICMS dos atacadistas. Hoje, o setor gera quase R$ 70 milhões com impostos sobre circulação de mercadorias e serviços.

Ele anunciou que o sindicato lançará em julho o programa Varejo Competitivo, em que cada atacadista participante se responsabilizará por dez empreendimentos varejistas. Deverão qualificá-los, auxiliando-os com informatização e com aulas sobre gerenciamento e sobre como obter financiamentos, por exemplo.

- Sem o varejo não somos nada, precisamos colaborar para manter o setor saudável - disse Fábio.

Ontem, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), lançou a edição 2005-2006 do Programa de Capacitação Empresarial para Micro e Pequenas Empresas, que atendeu a 700 empresários de todo o país em sua última edição, em 2002-2003 e pretende alcançar 1.700 desta vez. A definição dos conteúdos e da metodologia dependerá da demanda do empresariado de cada Estado, mas o enfoque será nas áreas de Marketing, Finanças, Logística, Planejamento, Estratégia, Recursos Humanos, Desenvolvimento e Gestão de Projetos, entre outros.

- O despreparo gerencial é uma deficiência percebida há muito tempo. Muitos empresários não tiveram oportunidade de fazer estudos; outros são técnicos, mas não administradores. Muitas vezes aprendem na prática. Com os cursos, eles podem refletir sobre suas experiências e aperfeiçoar o próprio negócio - explicou o superintendente do IEL, Carlos Roberto Rocha Cavalcante.