Título: Três acusados no Caso Vasques
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 08/06/2005, Brasília, p. D4

Chegou ao fim a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal sobre o assassinato de José Eduardo Vasques, funcionário do Banco do Brasil, ocorrido no dia 10 de abril, no Guará. O delegado-chefe da 4ª Delegacia de Polícia do Guará, João Carlos Lóssio Filho, entrega amanhã o relatório do inquérito ao Tribunal de Justiça do DF. O relatório só será divulgado sexta-feira. De acordo com o diretor de Comunicação da Polícia Civil do DF, Miguel Lucena, houve pressa na finalização do relatório porque no sábado vence o prazo das prisões temporárias dos três principais envolvidos. A acusada de ser a mandante do crime e ex-mulher do bancário, Maria Cleusa de Almeida Vasques, de 48 anos; da cuidadora de Maria Cleusa, Joseane de Souza Porto, de 28 anos, suspeita de ser autora intelectual do assassinato; e de Rogério Varela Santiago Patrocínio, 22 anos, que confessou ter disparado dois tiros em José Eduardo.

- Vamos pedir à justiça a prisão preventiva dessas três pessoas porque elas são peças-chaves no assassinato. Cada uma responde por um crime que justifica ficarem retidas até o julgamento - diz Lucena.

A polícia ainda não conseguiu a transferência para Brasília de Arlindo Pereira de Souza, 28 anos, preso há 13 dias em Goiás. Segundo o delegado, o recambiamento foi pedido, mas a Justiça de Goiás ainda não autorizou.

Com as investigações dos últimos dias, a polícia descobriu que o nome do outro suspeito de participação no assassinato, identificado como Dudu, é Antônio. Mas o sobrenome ainda é desconhecido. De acordo com a polícia, ele deve ser preso nos próximos dias, antes da entrega do relatório do inquérito à justiça.

José Eduardo Barcelos Vasques foi executado na casa da ex-mulher, Maria Cleusa de Almeida Barcelo Vásquez, 48, na QE 42 do Guará na noite de um domingo.

De acordo com a polícia, Maria Cleusa foi a mandante do crime, teve auxílio de Joseane, que planejou o assassinato e fez os contatos com Arlindo e Rogério para encomendar o crime.

No dia marcado, eles se dirigiram em uma moto para o Guará. Em frente ao local do crime, Rogério desceu da moto com um revólver 38, entrou na casa e disparou os tiros. Arlindo ficou na moto dando cobertura com uma pistola 380.

Ainda no Guará, a moto quebrou e eles saíram a pé para uma parada de ônibus, onde largaram as armas com medo de serem encontrado pela Polícia Militar. Pegaram uma van até o Kartódromo e fugiram para Anápolis em um Escort dirigido por Dudu.

Depois do assassinato, Joseane, seu marido João Rodrigues Patrocínio, Rogério e Maria Cleusa estavam no local do crime, simulando preocupação e angústia. Aparentemente socorrendo José Eduardo. Em seguida, na delegacia, eles acusaram a filha da vítima, Daniele Vasques, que foi presa e depois liberada pela justiça por falta de provas no envolvimento.