Título: Preços do DF sobem 0,55% em um mês
Autor: Bruno Arruda
Fonte: Jornal do Brasil, 09/06/2005, Brasília, p. D4

Inflação apurada em maio é a quinta maior dentre as capitais brasileiras

Os preços no DF subiram 0,55% em maio - a quinta maior alta registrada entre as capitais brasileiras no período. O Índice de Preços ao Consumidor, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), apresentou alta em relação ao mês anterior, quando a variação foi de 0,46%. No ano, o índice acumula alta de 3,19% e, nos 12 meses encerrados em maio, de 7,60%. A análise do resultado mostra que o reajuste dos preços de combustíveis foi um dos principais fatores de pressão sobre o índice. No mês anterior, a área de transportes havia apresentado deflação de 2,03%. Este mês, foi o grupo em que se registrou maior alta - 1,73% - seguido pelos segmentos de vestuário (1,46%) e alimentação (0,57%). Os grupos com menor variação foram despesas diversas (0,54%), saúde e cuidados pessoais (0,48%), habitação (0,45%) e educação, leitura e recreação (-0,50%).

De acordo com Jandir Feitosa, economista do Ibre, da Fundação Getúlio Vargas, o brasiliense não tem motivos para se preocupar, nas próximas semanas. Para o economista, a forte alta dos preços de artigos como camisas masculinas (4,5%) e bijuterias (3,9%) provavelmente já é reflexo do dia dos namorados, que apesar de provocar expectativa de aquecimento nas vendas de 2,5% - segundo estimativa da Federação do Comércio do DF (Fecomércio) - não deve pressionar o índice do mês de junho. Contribui para tranqüilizar as expectativas o fato de os preços dos alimentos, desestabilizados por fatores climáticos nos meses anteriores, estarem se normalizando.

O economista avaliou ainda que o efeito da deflação de 0,25% registrada pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna), para a qual o atacado foi preponderante, ainda não chegou ao consumidor. Nos próximos meses, acredita Feitosa, a suave queda nos preços deve ser repassada para o varejo.

A única expectativa de pressão inflacionária, mês que vem, fica por conta dos preços administrados - em especial, as tarifas do transporte público. Empresários do setor querem elevar o preço da passagem, em média, em 37%, no mínimo. Por enquanto, o governo do DF resiste a permitir a elevação. (BA)