Título: Amigos defendem Xavier
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 10/06/2005, Brasília, p. D1

Cinco testemunhas de defesa do deputado cassado Carlos Xavier foram ouvidas, ontem, no Tribunal do Júri de Samambaia. O ex-deputado é acusado de ser o mandante do assassinato do estudante Ewerton da Rocha Ferreira, 16 anos, suposto amante da ex-mulher de Carlos Xaxier, Maria Lúcia. O crime aconteceu no dia 8 de março do ano passado e o então deputado foi cassado em agosto. O depoimento das testemunhas de defesa é a última fase do processo para decidir se o julgamento de Xavier irá ou não à júri popular, no Tribunal do Júri de Samambaia. As testemunhas foram ouvidas entre 9h e 16h. Das oito pessoas cujos depoimentos estavam previstos, apenas cinco foram ouvidas. Os advogados preferiram dispensar Zuleide Silva Rios e os depoimentos de José Ronaldo Domingues e Wolmi Martins de Souza foram remarcados para o dia 24 de agosto. Entre as testemunhas de defesa estão pastores evangélicos e amigos do deputado. Os depoimentos foram reservados e seu teor mantido em sigilo.

Após a conclusão dos depoimentos, serão feitas as alegações finais tanto da promotoria quanto da defesa para que a sentença seja proferida. Além de Xavier, outros dois acusados, Leandro Dias Duarte, 21 anos, e Eduardo Gomes da Silva, 52 anos, respondem pelo crime.

Leandro foi preso uma semana após o assassinato e afirmou que o rapaz morreu porque ''havia mexido'' com a ex-mulher de Xavier. Na época, acusou Eduardo Gomes da Silva, 52 anos, mestre de capoeira conhecido como Risadinha, e o filho de 15 anos dele de participarem do assassinato. Os três teriam dividido R$ 15 mil pela execução de Ewerton. Leandro e Risadinha irão responder pelo crime no Tribunal do Júri de Samambaia.

Os dois entraram com recurso na 2ª Instância para evitar o júri popular. O pedido de Leandro foi indeferido e o de Risadinha ainda aguarda resultado.

O ex-parlamentar também está sendo indiciado em outro processo. Ele é suspeito de participar de um esquema de propinas para liberação de terrenos em área pública para particulares durante a campanha eleitoral de 2002. Carlos Xavier responde em liberdade pelas acusações.