Título: Governo começa a racionar gás
Autor: Sabrina Lorenzi e Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 10/06/2005, Economia & Negócios, p. A19

Para minimizar os efeitos da crise na Bolívia sobre o abastecimento de energia e os consumidores residenciais do país, o governo deu início ontem a um programa de racionamento de gás natural que estimulará a substituição do insumo por outras fontes combustíveis. Anunciado na noite de ontem, após reunião da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, com as diretorias da Petrobras e das distribuidoras estaduais de gás, o programa resultará na conversão das refinarias da estatal e das usinas termelétricas a derivados como óleo combustível e diesel. Além das medidas de contenção do consumo, o Jornal do Brasil apurou que a Petrobras também colocará no mercado mais 3 milhões de metros cúbicos de gás natural na próxima semana. A medida viabilizará um volume suficiente do insumo para manter, por exemplo, o abastecimento de Gás Natural Veicular no Rio.

A estatal deslocará para o consumo 1 milhão de metros cúbicos de gás natural, que hoje são reinjetados aos poços de petróleo, segundo o gerente geral de Exploração e Produção da empresa, Francisco Nepomuceno. A reinjeção é feita normalmente para dar mais pressão aos poços, aumentando a produção de petróleo.

Outros 2 milhões de metros cúbicos virão das plataformas P-43 e P-48, localizadas na Bacia de Campos. Desde que entraram em operação, neste ano, as plataformas permitiram à empresa alcançar sucessivos recordes de produção de petróleo, sem, contudo, acrescentar gás. A partir da próxima semana, as unidades tornarão disponível gás suficiente para manter, por exemplo, o abastecimento de gás veicular no eixo Rio-São Paulo.