Título: Servidores exigem 18%
Autor: Bruno Arruda
Fonte: Jornal do Brasil, 03/06/2005, Brasília, p. D8

O cerne da pauta conjunta de reivindicações dos servidores é o reajuste imediato de 18% nos contra-cheques e a construção de uma política salarial que permita, para todas as categorias, a recomposição das perdas no período de 1995 a 2004, de acordo com o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton da Costa. Também pedem a realização de concursos públicos e a paridade entre ativos, inativos e pensionistas. - Não negamos que têm havido incrementos, mas ainda estamos bem longe de cobrir as perdas dos últimos dez anos - disse o secretário, acrescentando que hoje será realizada uma reunião para assimilar o saldo do primeiro dia da greve e traçar as estratégias para semana que vem.

Apesar da pouca visibilidade das greves das outras categorias, elas têm, sim, efeito sobre a vida da população do DF.

- Os processos que demandam cálculos periciais estão parados. Isso quer dizer que, se a União deve a você, não será possível determinar o valor que você receberá enquanto continuar a greve - exemplificou João Araújo Neto, presidente da Associação dos servidores da AGU.

Os funcionários da área de cultura reuniram-se ontem com o presidente da Câmara, Severino Cavalcante, e obtiveram dele um telefonema ao ministro Paulo Bernardo com um pedido de resolução. São eles os responsáveis por emitir o registro de livros a serem publicados e permitir a entrada e saída de obras de arte no país, por exemplo. Essas atividades, atualmente estão interrompidas. Todos os trabalhos de laboratório e certificação de produtos de origem animal e vegetal, exercidos pelos funcionários da área da agricultura, estão suspensos.

- A fiscalização dos produtos, que dá garantia ao consumidor quanto à qualidade do que a população consome, ainda não parou, mas pode parar - disse Ismael José César, da direção da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal. (BC)