Título: Polícia indicia onze por agir no Caso Vasques
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Fonte: Jornal do Brasil, 11/06/2005, Brasília, p. D5

Polícia acusa ex-mulher e cuidadora de terem contratado os pistoleiros.

A Polícia Civil do Distrito Federal entregou ontem ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), o relatório final do inquérito do assassinato do bancário José Eduardo Vasques, ocorrido no dia 10 de abril, no Guará. Onze pessoas foram indiciadas. De acordo com o delegado-chefe da 4ª Delegacia de Polícia do Guará, João Carlos Lóssio Filho, a ex-mulher do bancário, Maria Cleusa de Almeida Vasques, de 48 anos, e sua cuidadora Joseane de Souza Porto, de 28 anos, contrataram Rogério Varela Santiago Patrocínio, 22 anos, e Arlindo Pereira de Souza, conhecido como Beto, para matarem José Eduardo. Rogério fez os disparos e Arlindo ficou na cobertura.

Por serem autoras intelectuais do assassinato, Cleusa e Joseana responderão por homicídio triplamente qualificado - mediante pagamento ou promessa de recompensa, por motivo fútil e por impossibilidade de defesa da vítima. Podem ficar presas de oito a 20 anos.

Os ''matadores de aluguel'' Rogério e Arlindo foram denunciados como executores e co-autores do crime. A pena é de reclusão de oito a 20 anos.

Fábio de Oliveira Patrocínio, primo de Joseane, e João Rodrigues, marido de Joseane, responderão por favorecimento pessoal. Eles teriam emprestado um box no kartódromo, de que são proprietários, para esconder os assassinos e guardar o carro escort usado na fuga. Como suas participações são consideradas de menor potencial ofensivo, o delegado Lóssio elaborou um termo circunstancial pedindo que o Tribunal Especial do Guará apure seus crimes. Os acusados podem ficar até 6 meses presos.

A filha do bancário, Daniele de Almeida Barcelos Vasques, de 22 anos, foi acusada de ter instigado o homicídio e ter potencializado a vontade da mãe.

- Ela queria que o pai morresse. Chamou a mãe para rituais de magia negra e disse a ela que a morte do pai estava marcada por entidades espíritas. A participação dela é muito grave.

O pai de santo, José Carlos de Oliveira, foi indiciado pelo mesmo crime de Daniele e por curandeirismo. Ele também responderá por estelionato porque tentou vender a casa de José Eduardo.

O namorado de Daniele, Alexandre Pereira, e a esposa do pai de santo, Jandira Custódio, também serão julgados pelo Tribunal Especial do Guará por participação no curandeirismo. A pena pode chegar a seis meses de reclusão.

Lílian Canedo do Nascimento, mulher de Arlindo, responderá por favorecimento pessoal. Em sua conta bancária, foram depositados, por Maria Cleusa, R$ 1,8 mil dos R$ 40 mil que seriam pagos ao seu marido pelo crime.

O inquérito foi entregue ao TJDFT ontem, às 14h, juntamente com o pedido de prisão preventida de Maria Cleusa, Joseane e de Rogério. As prisões temporárias deles vencem hoje.