Título: Pré-atendimento salva vidas e evita seqüelas
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 14/06/2005, Brasília, p. D5

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos bombeiros é conscientizar a sociedade sobre a importância do pré-atendimento às vitimas de acidentes no trânsito. Há sete anos, eles realizaram uma pesquisa com 200 acidentados transportados por pessoas comuns e por bombeiros. O resultado mostrou que das 100 vítimas levadas ao hospital por bombeiros, 5,98% morreram ou adquiriram seqüelas permanente. O índice subiu para 31,81%, entre as outras 100 vítimas transportadas por leigos. Foram levados em conta, pessoas com o mesmo grau de trauma. Por isso, muito cuidado na hora de ajudar. - O grande problema é o trauma secundário, aquele adquirido pela pessoa após o acidente. Para se ter uma idéia, uma vítima de fratura do fêmur pode morrer em cinco se for transportada inadequadamente. Isso porque o osso quebrado é como uma navalha e se cortar artéria femural a pessoa tem hemorragia interna, entra em estado de choque e pode morrer -, explica o major Carlos Alberto Rasia, Sub-comandante do batalhão de Emergência Médica dos Bombeiros. O que fazer? - Caso presencie um acidente, a primeira recomendação do major Rasia é que a pessoa garanta a própria segurança e a do acidentado. Isso pode ser feito com triângulo de sinalização ou galhos de árvore. O passo seguinte é manter a calma, ligar para o 193 e repassar informações detalhadas do local do acidente e sobre a vítima (se é jovem, mulher, criança, se está consciente). Caso tenha noções de primeiro socorros, a testemunha pode iniciar os procedimentos. Caso contrário, o melhor é esperar o socorro especializado e não deixar que outras pessoas removam a vítima. Em 2004, o Corpo de Bombeiros atendeu a 46.720 ocorrências. Desse total, 9.782 foram de acidentes de trânsito, uma média de 30 atendimentos por dia. De acordo com o chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, major Luiz Blumm, os números têm aumentado, em parte, em função do crescimento da frota de veículos (por ano, 45 mil novos veículos começam a circular todos os anos, segundo Detran-DF).