Título: TAM faz pouso forçado na Bolsa
Autor: Nanna Pretto
Fonte: Jornal do Brasil, 15/06/2005, Economia & Negócios, p. A22

SÃO PAULO - No dia em que a TAM Linhas Aéreas ingressou no segmento de empresas com melhores práticas de gestão e respeito aos acionistas minoritários da Bolsa de Valores de São Paulo, o valor de suas ações fechou em queda de 7,6%. É que, ao mesmo tempo em que ingressou no Nível 2 de Governança Corporativa, a companhia ampliou sua oferta de ações preferenciais (sem direito a voto). O preço dos novos papéis foi fixado a R$ 18, inferior ao fechamento do dia anterior, de R$ 19,50.

A fixação de um preço inferior foi determinada pela família do comandante Rolim Amaro, ao ampliar em 21,13 milhões o total de ações em Bolsa. A família do comandante morto em 2001, reduz de 72,6% para 58,98% sua participação.

Os minoritários representam agora 21,45% do capital total, e há outros 19,58% que já estavam em mãos de fundos de investimento. Os lucros devem ser usados para aumentar e modernizar a frota, o que, de acordo com o presidente da empresa, Marco Antônio Bologna, deve acontecer em breve.

Segundo Bologna, os aviões que operam com capacidade para cem lugares na frota da TAM, conhecidos como Fokker 100, podem ser substituídos por modelos da família Embraer 190. Essas aeronaves são utilizadas em trechos inter-regionais, de menor densidade.

- Estamos avaliando, mas não temos dúvida que a Embraer tem o melhor produto.

Bologna comentou que TAM e a Embraer estudam a criação junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de uma linha de financiamento para empresas brasileiras.

A Embraer fechou o dia com outra boa notícia. A empresa anunciou a venda de cinco jatos à indiana Paramount Airways. O negócio, que não teve o valor divulgado, foi acertado na feira Paris Air Show, na França. Pelo preço de tabela, a operação seria de US$ 138,5 milhões. Na Bolsa, os papéis ON da brasileira fecharam em alta de 2,43%, ante 3,38% do Ibovespa.