Título: Campanha tenta evitar surto de hantavirose
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 15/06/2005, Brasília, p. D3

No esforço de evitar um surto de hantavirose como o ocorrido no ano passado, foi lançada, ontem, a campanha Prevenção e Informação. A hantavirose não vai resistir a essa dupla. Durante o período de estiagem, serão exibidas peças publicitárias em TV, rádios, jornais impressos e revistas, orientando as pessoas a prevenir a doença. Também serão distribuídos folhetos educativos nas áreas rurais e urbanas, em agências de turismo e a lideranças comunitárias e religiosas, síndicos e administradores regionais. A campanha custará R$ 1,34 milhão ao governo do DF. O secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, disse que a hantavirose pegou o DF de surpresa em 2004. Mas, este ano, a Secretaria de Saúde teve tempo de se preparar para prevenir índices alarmantes da doença.

- A prevenção é mais eficaz que o combate. Espero que, com as informações que vamos passar, as pessoas mudem os hábitos e consigamos minimizar os efeitos da hantavirose - afirmou o secretário.

Como a maior incidência de hantavirose está na zona rural, a campanha terá forte apelo popular. O garoto propaganda será o cantor sertanejo Sérgio Reis. Ele passará, em linguagem simples, as informações sobre a doença. No lançamento da campanha, o cantor disse que estava bastante sensibilizado para entrar na luta conta a hantavirose.

- Essa campanha é muito importante para mim. Perdi um amigo que contraiu a doença. Quero contribuir para que nenhum morador do DF morra de hantavirose - afirmou Sérgio Reis.

O governador Joaquim Roriz explicou que o material educativo contém informações sobre sintomas e formas de contágio da hantavirose.

- Vamos combate a doença focando na prevenção. De modo simples e claro, vamos falar para as pessoas terem o cuidado de evitar o contato com urina, fezes e saliva de rato - esclareceu Roriz.

A hantavirose é uma doença grave causada pelo hantavírus - transmitido por um roedor silvestre conhecido por ratinho-do-cerrado, pixuna ou rato-do-rabo-peludo. O primeiro caso de hantavirose no País foi detectado em 1993. No DF, a doença chegou ano passado e atingiu 30 pessoas, com 13 mortes. Esse ano já foram registrados seis casos. Dois pacientes morreram.

Na semana passada, a Secretaria de Saúde divulgou outros cinco pacientes estão sob suspeita e, esta semana, surgiram mais dois novos casos. De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Disney Antezana, foi coletado sangue dessas pessoas e enviado para análise no Instituto Adolfo Lutz. O resultado demora em torno de 15 dias.

A diretora não quis revelar em que região moravam os doentes. Segundo ela, isso não tem relevância por enquanto porque os pacientes estão apenas sob suspeita e a contaminação pode ter acontecido em locais diferentes de suas moradias.

- Temos primeiro de esperar o resultado do exame para, em seguida, avaliarmos onde a pessoa contraiu a doença. Não se pode considerar de imediato que foi perto da casa e alarmar os moradores de tal região - explicou Disney Antezana.