Título: Mudanças na economia
Autor: Daniel Pereira e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 17/06/2005, País, p. A4
BRASÍLIA - Além da troca no comando de ministérios e do enxugamento de pastas, o governo estuda mudar um dos pontos centrais da política econômica. A idéia é aumentar o aperto fiscal, a fim de zerar o déficit nominal (a diferença entre receitas e despesas do setor público), que foi de 2,66% do PIB em 2004 e pode chegar a 3,6% neste ano. Para tanto, cogita-se a aprovação de uma emenda constitucional que diminua a quantidade de receitas vinculadas a despesas obrigatórias. Se o texto for aprovado, o Executivo terá mais recursos para pagar, por exemplo, os encargos da dívida. - Não é uma discussão formal, mas já conversamos algumas vezes (com Lula) sobre isso. É uma forma de trabalharmos a questão fiscal - declarou ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Em teoria, o aperto da meta fiscal daria margem para reduzir a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 19,75%. Ano passado, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, conseguiu convencer o governo a aumentar a meta de superávit de 4,25% para 4,5% do PIB com o mesmo argumento de baratear o crédito. Apesar disso, o Banco Central começou a elevar a Selic em setembro e só parou esta semana.