Título: Cai fatia do Sudeste
Autor: Marina Ramalho
Fonte: Jornal do Brasil, 17/06/2005, Economia & Negócios, p. A22

A importância da região Sudeste para o setor de construção sofreu queda entre 2002 e 2003, enquanto as regiões Sul e Norte registraram ganhos, tanto no valor das obras realizadas no período, quanto no total de pessoas ocupadas.

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC)-2003, do IBGE, mostra uma tendência, ainda que suave, de desconcentração regional do setor.

- A migração de investimentos para áreas menos saturadas do país é uma tendência observada em várias estatísticas econômicas. O Sudeste continua sendo a região mais relevante para a construção, mas há uma perda gradual de participação - afirma Silvio Sales, do IBGE.

No total de pessoas ocupadas pelas empresas do setor, a região Sul teve elevação de 15% para 16%, influenciada pelos resultados do Rio Grande do Sul. No Norte, a participação subiu de 5,6% para 6,4%, com destaque para o Tocantins. As regiões Centro-Oeste e Nordeste permaneceram estáveis, com 7,2% e 19,7% de participação, respectivamente, e o Sudeste teve queda de 52,4% para 50,6%.

Com relação ao valor das obras executadas em cada região, Norte e Sul também crescem em importância. O Norte passou de 6,1% para 6,6% e o Sul, de forma mais expressiva, cresceu em participação de 12,7% para 14,7%, com destaque para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Registraram perdas Nordeste, de 16,7% para 15,7%, e Sudeste, de 56% para 54,8%. O Centro-Oeste manteve sua participação do valor das obras praticamente constante, de 8,5% par 8,2%.

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção considera as informações colhidas entre todas as empresas do setor de construção do país com 30 ou mais pessoas ocupadas. As demais empresas são representadas por seleção de amostra, que busca reproduzir o cenário brasileiro. Como a unidade de pesquisa é a empresa de construção, a PAIC não considera a fatia de trabalhadores informais no setor.