Título: PP adia decisão sobre Benedito
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 17/06/2005, Brasília, p. D1

Ficará para a semana que vem a reunião da executiva nacional do Partido Progressista que avaliará o destino do ainda presidente regional da legenda Benedito Domingos. A expectativa era de que o encontro fosse realizado ontem, mas como alguns parlamentares embarcaram de volta para seus estados, a reunião foi adiada. Em entrevista o JB na quarta-feira, o presidente do PP, Pedro Corrêa afirmou que existe uma proposta de expulsão de Benedito do partido, que será avaliada pela Executiva. O mote seria a recusa do ex-vice-governador do DF a entregar a presidência regional ao senador Valmir Amaral. Corrêa ressaltou que a bancada ficou ''magoada'' com as últimas declarações de Benedito, ao confirmar à imprensa que havia ajuda financeira a pepistas no Congresso Nacional. Secretário-geral da sigla em âmbito federal e ex-tesoureiro, Benedito garantiu que nada passou por suas mãos, mas disse que o líder do PP José Janene (PR) distribuía o dinheiro. O líder evangélico acusou ainda o colega deputado federal Pedro Henry (MT) de ter-lhe oferecido dinheiro para que desistir da direção do PP-DF.

- Ele deveria voltar atrás nessas declarações. Fez uma injustiça imensa com Henry - disse Corrêa. O presidente contou ainda que ''ouviu falar'' que Benedito teria recebido convite para presidir o PTB-DF caso confirmasse a versão de Jefferson sobre a suposta mesada de R$ 30 mil, paga pelo PT a deputados do PP e do PL em troca de votos no Câmara. Benedito, no entanto, nega que tenha recebido esta proposta. Ressalta apenas que recebeu convites de vários partidos para filiação, dentre eles o PTB, o PMDB, o PFL.

A cúpula nacional pretende assegurar a Amaral a presidência regional a fim de garantir representação pepista no Senado. Após tantos conflitos, o senador tem dito a parlamentares que não continuará na legenda caso Benedito permaneça. Pressionado, o ex-vice de Joaquim Roriz no GDF chegou a assinar na semana passada documento em que concordava em ceder a direção do PP-DF. Mas até a segunda-feira desta semana não havia dissolvido a executiva regional, eleita à revelia da nacional. A briga promete se estender ao Judiciário.