Título: Emprego cresce mais devagar
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Fonte: Jornal do Brasil, 17/06/2005, Brasília, p. D3

O emprego formal no País já não cresce com a mesma velocidade, conforme os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos ao mês de maio, divulgados ontem. No DF, a desaceleração foi ainda maior que média nacional. Em todo o Brasil, as admissões superaram as demissões em 212.450, uma variação de 0,84%. Na capital foram criados 1.950 postos de trabalho, um acréscimo de 0,41%. O crescimento do mês passado foi inferior também ao maio de 2004, quando 2.613 pessoas deixaram as fileiras dos desempregados. - Não dá para comparar com maio de 2004, que foi o melhor mês do melhor ano. Havia uma confluência de fatores: a consolidação das exportações e o aumento das demandas no mercado interno - ressalvou o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, durante a apresentação dos novos números.

Consideradas as circunstâncias, o ministro avaliou como ''excelente'' o resultado e disse acreditar ser possível igualar o feito de 2004, quando foram criados 1,5 milhão de empregos formais. Até o momento, no ano, foram abertos 770.767 postos. No mesmo período do ano passado, o número foi de 826.761.

No DF, o acumulado do ano está em 10.683, contra 12.230 entre janeiro e maio do ano passado. O ministro espera que a recente decisão do Copom, de manter estável a taxa básica de juros, aponte para uma disposição em retomar a trajetória descendente. Isso, defendeu o ministro, daria mais fôlego para o segundo semestre. Ele admitiu conhecer estudos do Ipea que fazem projeções mais conservadores, mas prefere descartá-las.

- Reconheço e respeito as análises técnicas, mas acredito que sejam cautelosas demais. Podemos terminar o ano com taxas de juros mais baixas e igualar o resultado do ano passado - sustentou.

No DF, o acumulado nos últimos 12 meses é 24.647 - um crescimento de 5,49%. No Brasil, a variação no período é de 6,13%, com saldo positivo de 1.467.282 empregos. Em ambos os casos, o crescimento do emprego é ainda superior ao crescimento do PIB.

O ministro reconheceu que o crescimento do nível de emprego ainda é concentrado na faixa salarial de até três salários mínimos. Afirmou que, em mercado de trabalho com alto número de desempregados, a capacidade de negociação sindical fica comprometida.

- Com menos desemprego, os trabalhadores podem se arriscar a reivindicar melhores salários - disse.