Título: Bancos respondem às acusações
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Fonte: Jornal do Brasil, 16/06/2005, País, p. A4

BELO HORIZONTE e BRASÍLIA - O Banco do Brasil e o Rural negaram ontem qualquer relação com o suposto esquema de mensalão denunciado na terça-feira pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson. Ambos os bancos emitiram nota oficial afirmando que o fato de as notas que pagavam o esquema terem sido entregues com cintas dos bancos não implicam em participação das instituições.

Segundo o Banco do Brasil, ''grande parte do numerário que circula no país tem a cinta identificadora do BB. Sendo assim, não se pode afirmar que qualquer movimentação final de recursos ocorra, necessariamente, nas agências ou tesourarias do Banco do Brasil.''

O Banco Rural explicou que ''é praxe no mercado que saques efetuados por clientes em valores iguais ou superiores a R$ 10 mil sejam entregues em pacotes de notas aglutinadas, conferidas e cintadas com papel identificador da instituição financeira''.

Os textos são respostas à afirmação de Jefferson, que disse ter recebido, das mãos do publicitário Marcos Valério, R$ 4 milhões em malas de dinheiro e com cintas do Banco do Brasil e do Banco Rural.

O Banco Rural afirmou ainda que o destino de eventuais saques em dinheiro, efetuados por clientes, ''não está sob o controle da instituição''.

As notas das empresas também respondem à entrevista da ex-secretária de Valério, Fernanda Karina Somaggio. O Banco Rural retrucou a afirmação da ex-secretária, de que os office-boys da empresa de SMP&B - que faz a publicidade do banco - retiravam altos valores: ''Todo e qualquer saque, independentemente do valor, quando devidamente autorizado pelo cliente, pode ser feito por qualquer pessoa designada pelo mesmo, conforme legislação vigente''.

O Rural disse ainda que não tem registro de que Delúbio Soares, tesoureiro do PT, tenha usado avião do banco.

O BB informou que investiga as declarações da ex-secretária de que o publicitário teria promovido festas para a ''alta cúpula'' do banco.