Título: Planos incluem feiras de arte e novos eventos
Autor: Danyella Proença
Fonte: Jornal do Brasil, 16/06/2005, Brasília, p. D8

No que depender dos comerciantes da 406/407 Norte, o Festival de Inverno é só o ponto de partida para fazer da rua um verdadeiro pólo cultural de Brasília. Eles têm vários planos, como fechar a rua e promover feiras de artesanato, pintura ao ar livre e outros eventos Os lojistas esperam ansiosos a aprovação da lei que batiza a quadra como Rua da Cultura, de autoria do deputado Peniel Pacheco (PDT). Oficializado o nome, eles pretendem intensificar as atividades no local e tornar a quadra uma referência para moradores e turistas. Enquanto o parecer não sai, a ordem é investir em atividades que provem que a quadra merece o título.

O livreiro Lourenço Flores, proprietário da Esquina da Palavra, está na entrequadra há três anos. Desde que inaugurou a loja, Lourenço procura investir em atividades que promovam um diálogo entre a literatura e outras artes. Ele conta que, quando chegou à quadra, havia apenas algumas lojas de livro. Com a chegada da Entrelivros, no fim do ano passado, o cenário foi aos poucos se modificando. Segundo Lourenço, o colega Valter da Silva representou um estímulo para que comerciantes percebessem que poderiam se unir.

Para Lourenço, a chegada do espaço Sofia+ e da Salamover, além da Entrelivros, foi fundamental para impulsionar um desejo que há muito se esboçava: tornar a quadra um pólo cultural que pudesse servir à comunidade, integrando a área residencial e o comércio. Ele conta que muitas lojas, mesmo as que não trabalham com cultura, já estão buscando maneiras criativas de se inserirem no projeto. O livreiro, que colocou 1500 títulos em promoção especialmente para o Festival de Inverno, enxerga um futuro promissor para a já conhecida Rua da Cultura:

- Esse projeto tem dois aspectos muito bacanas. Primeiro, traz mais ofertas culturais para Brasília, que vive um momento muito bom nesse sentido. O segundo ponto soa até meio nostálgico, mas acho importante que as quadras tenham uma vida cultural forte. Nossa intenção é que as pessoas não tenham de se deslocar muito de suas casas para encontrar um lugar que ofereça várias opções culturais - diz.

A jornalista Aretha Amorim, que coordena os eventos culturais da livraria Entrelivros, concorda com Lourenço Flores. Aretha é filha do proprietário Valter da Silva e destaca que o projeto vem suprir a carência de cultura gratuita em Brasília:

- Esperamos que o festival possa pressionar a aprovação da lei e mostrar que estamos agindo - conta.