Título: Dólar baixo eleva custo de vida
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 20/06/2005, Economia & Negócios, p. A18

A queda do dólar em relação ao real ajudou a aumentar a posição do Brasil no ranking do custo de vida mundial. Em 2005, São Paulo subiu nove colocações, enquanto o Rio de Janeiro alçou sete posições, segundo a Mercer Human Resource Consulting, consultoria de Recursos Humanos subsidiária integral da Marsh&McLennan-Companies, responsável pela pesquisa, que abrange 144 cidades do mundo. Tóquio e Osaka, as maiores cidades no Japão, continuam à frente das mais caras do mundo. Assunção, a capital do Paraguai, é a mais barata de se viver.

Neste ano, houve algumas mudanças significativas no ranking. As alterações se devem principalmente às flutuações monetárias, particularmente do dólar e do euro. Muitas cidades da Europa Oriental também subiram fortemente no ranking este ano. Londres caiu uma posição, ocupando o terceiro lugar, seguida por Moscou, que também recuou em uma posição.

Para chegar ao ranking, a Mercer pesquisa o preço de mais de 200 itens em cada local, incluindo moradia, transporte, alimentação, vestuário, bens domésticos duráveis (como eletrodomésticos) e entretenimento. Nova York é a cidade de referência para a pesquisa, com 100 pontos. A partir dela, definem-se as cidades com custo de vida acima ou abaixo da americana. Tóquio obteve 134,7 pontos - três vezes superior ao de Assunção, que teve um índice de 40,3 pontos. São Paulo tem 66,6 pontos (119ª posição) e Rio de Janeiro, 65,4 (124ª posição). Ambas estão em posição mais elevada que a vizinha Buenos Aires, na Argentina, com 50,3 pontos, na 142ª colocação. Ou seja, um cidadão portenho tem a metade do custo de vida de novaiorquino.

A pesquisa foi criada para ajudar empresas multinacionais e governos a determinarem auxílios de remuneração para seus funcionários expatriados.

- O crescimento das cidades brasileiras no ranking é conseqüência, principalmente, da valorização do real - diz o consultor da Mercer em São Paulo, Ivan Farber. - Esta tendência deve permanecer e talvez até mesmo se acentuar nos próximos meses, com a queda do euro em relação ao real e a permanência do dólar no patamar atual.