Título: Preço do petróleo bate novo recorde
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Fonte: Jornal do Brasil, 18/06/2005, Economia & negócios, p. A19

Fechamento de consulados americanos na Nigéria e risco de escassez nos EUA fizeram barril chegar a US$ 58.

O preço do petróleo bateu novo recorde ontem nas Bolsas de Nova York e Londres, fechando acima de US$ 58. A alta veio depois que os Estados Unidos e outros países fecharam consulados na Nigéria, país produtor de petróleo, por ameaças terroristas. Além disso, a preocupação dos investidores com a possível falta de capacidade de refino nos Estados Unidos em um momento de forte demanda por gasolina e diesel também contribuiu para a alta.

Durante o dia, o barril do petróleo para entrega em julho atingiu US$ 58,60 em Nova York. O recorde anterior era de US$ 58,28, registrado em abril. O petróleo fechou cotado a US$ 58,47, mais de US$ 1 acima do recorde anterior de US$ 57,27, alcançado em 1º de abril.

Em Londres, o barril de petróleo do tipo Brent registrou pico de US$ 57,95 durante o dia. O Brent também fechou mais de US$ 1 acima do recorde anterior de fechamento, que era de US$ 56,51 e também foi alcançado em 1º de abril.

Além desses recordes, que dizem respeito aos contratos futuros de referência (para entrega no próximo mês), o barril de petróleo para entrega em dezembro fechou a US$ 60,40 em Nova York, o maior valor já pago por um contrato futuro deste tipo.

Apesar da ameaça de terrorismo na Nigéria, o país, que é o oitavo maior exportador de petróleo do mundo, não registrou alterações na produção e exportação do combustível, o que revela a volatilidade atual do mercado e a alta especulação com o barril.

Dados do governo americano mostraram nesta semana que a demanda por gasolina nas últimas quatro semanas aumentou 3% em relação à mesma época do ano passado, enquanto a demanda por outros tipos de destilados (como combustível para aquecimento, diesel e combustível para aviação) aumentou 6,5% no mesmo período.

- Ainda há grande demanda pelos destilados, apesar do fato de o petróleo estar bem caro. Se houver uma demanda maior do que a vista agora, especialmente no final do ano, será que as refinarias conseguirão lidar com ela? - indagou Sam Tilley, da corretora inglesa Sucden.

Com agências