Título: Transformar promessas em realidade
Autor: Karla Correia e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 21/06/2005, País, p. A3
BRASÍLIA - Além de participar do esforço para debelar a crise política, a futura ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, terá de trabalhar, ao lado do responsável pela articulação do governo, para transformar em realidade a promessa do presidente Lula de fazer de 2005 o ano do investimento no país. Em março, o presidente traçou um cenário no qual recursos públicos e privados seriam destinados a setores como energia e transportes. Os objetivos eram superar gargalos que prejudicam o crescimento da economia e pavimentar a reeleição de Lula. Mas, a menos de 10 dias do fim do primeiro semestre, os dois principais mecanismos idealizados pelo Planalto para aumentar investimentos em infra-estrutura ainda não saíram do papel. E projetos considerados prioritários pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci e pelo setor produtivo continuam à espera de aprovação no Congresso.
- Temos uma agenda grande. Nossa expectativa é que ela possa ser articulada - disse o presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base, Paulo Godoy.
Para aumentar os investimentos em estradas e portos, além de sistemas de irrigação e de água, o governo negociou com o Fundo Monetário Internacional um projeto-piloto que retira US$ 2,8 bilhões em investimentos na área de infra-estrutura do cálculo do superávit primário, a economia realizada pelo setor público para o pagamento de juros.
Em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso na quarta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou que apenas 0,23% do montante foi aplicado pelos ministérios até maio.
- Há a crítica sobre a capacidade do Ministério dos Transportes que, mesmo com um orçamento maior, não consegue gastar toda a verba que tem.