Título: FMI critica Brasil
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/06/2005, Economia & Negócios, p. A22

WASHINGTON - Relatório publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo criticou o Brasil por limitar o trabalho de autoridades fiscais, não avançar na ratificação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o tema e não exigir dos bancos maior comprometimento contra a abertura de contas em nomes de laranjas. O relatório foi elaborado pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), criado em 1989 pelo G7 - grupo de países mais industrializados - para combater a lavagem de dinheiro - e a maior autoridade mundial da área. O documento faz parte do banco de dados do FMI, mas não reflete a visão do fundo, alerta o texto.

Trata-se do segundo documento contra o Brasil. O primeiro ficou pronto em 2000, e continha mais críticas. Agora, elogia-se o avanço na legislação interna, a criação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional e a instalação de varas federais especializadas. Mas, segundo o documento, a rigidez do sigilo bancário permanece como um dos principais entraves para a polícia e o Ministério Público no combate à lavagem de dinheiro.

''O Brasil deveria considerar emendas à previsão de sigilo bancário e de informações sigilosas para permitir ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda) acesso a informações adicionais, bem como documentação relativa aos registros de operação suspeita'', sugere o documento.

Responsável pela coordenação dos esforços brasileiros no combate à lavagem de dinheiro, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, subordinado ao Ministério da Justiça, apenas informou que as recomendações do Gafi estão contempladas nas metas do governo.