Título: Veículos elevam a poluição no DF
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 22/06/2005, Brasília, p. D5

A qualidade do ar na região da Rodoviária de Brasília e no centro de Taguatinga é considerada ruim pela Secretaria de Meio Ambiente. Por lei, a concentração de poluentes deve ficar em torno de 60 microgramas por metro cúbico. Mas na Rodoviária a média anual é de 82 microgramas por metro cúbico e no centro de Taguatinga, de 87 microgramas por metro cúbico. A explicação, de acordo com o subsecretário de Meio Ambiente, Fernando Oliveira Fonseca, está na alta concentração de veículos de passeio com tecnologia ultrapassada ou movidos a diesel.

- No caso da Rodoviária o espaço físico é outro complicador porque não contribui para a dispersão dos poluentes. Já em Taguatinga, a grande concentração de prédios altos na região central, aliada ao grande número de veículos, agravam a situação - esclarece Fonseca.

O problema não é exclusividade da Capital . Hoje e amanhã o assunto será discutido na IV Conferência Internacional de Emissões Veiculares, no Hotel Parthenon.

- Um dos desafios impostos à indústria brasileira já está sendo implementado. Diz respeito a substituição dos motores a diesel - afirma Paulo Macedo, coordenador do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), do Ibama.

Segundo ele a indústria já começou a introduzir motores eletrônicos. Em 2004 foram ônibus urbanos, em 2005 entram na lista os micro-ônibus e mais 40% dos veículos pesados. Em 2006, a meta é produzir 100% dos veículos pesados com motores eletrônicos.

Para Macedo a evolução é comparada ao que ocorreu em 1997, quando os fabricantes lançaram automóveis com injeção eletrônica e catalisador.

-Antes cada veículo emitia 54 gramas de monóxido de carbono por quilômetro rodado. Hoje o índice é de 0,3 gramas por quilômetro rodado. A poluição poderia ser bem menor se existissem programas de inspeção e manutenção e o o motorista cumprisse o que mandam os fabricantes - afirma Macedo.