Título: Investimento permitiria ganhos maiores
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 22/06/2005, Economia & Negócios, p. A21
Na mesma direção das conclusões do IBGE, o livro Inovações, Padrões Tecnológicos e Desempenho das Firmas Industriais Brasileiras, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 62% do faturamento do setor industrial partem de empresas que produzem bens padronizados, sem inovações ou diferenciações. - Essas empresas ficam sem margem para embutir um preço premium, ao não melhorar a qualidade para vender mais caro - afirma o autor da livro, João Alberto de Negri.
Para o especialista, empresas de alta tecnologia estão perdendo terreno no valor agregado da indústria para as empresas de baixo conteúdo tecnológico, pela expansão dos segmentos que precisam de menos tecnologia, e não pela queda dos aportes em pesquisa.
Outro aspecto evidenciado pela Pesquisa Industrial Anual do IBGE é que o produtor brasileiro trocou bebida por comida. O consumo de chope, cerveja e refrigerantes caiu enquanto cresceram as vendas de carne, arroz e óleo de soja.
No ranking das maiores vendas, carne bovina passou da 25ª para a 16ª colocação entre 2001 e 2003; arroz, da 59ª para a 39ª posição; e soja, da 51ª para 30ª, impulsionadas pelo comércio externo. Já as vendas de cerveja e chope caíram da 6ª para 10ª colocação; e refrigerantes, da 17ª para 22ª; e medicamentos, 13ª para a 26ª.
- A renda caiu em 2003, levando as famílias a consumir menos - disse Sales, do IBGE.
A venda de celulares, no entanto, teve aumento de aproximadamente 160% no período.