Título: Indústria pisa no freio e compra menos aço
Autor: Gustavo Viana
Fonte: Jornal do Brasil, 22/06/2005, Economia & Negócios, p. A23

SÃO PAULO - As vendas de laminados (planos e longos) no mercado interno cresceram 0,3% e somaram 6,84 milhões de toneladas de janeiro a maio deste ano. No mês passado, no entanto, os negócios recuaram 9,9% e foram de 1,29 milhão de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). Segundo o IBS, o declínio do dinamismo da indústria brasileira de forma geral se refletiu nas vendas internas de laminados, e a política econômica no que se refere ao câmbio e aos juros contribuiu para o resultado, agravando a formação de estoques.

As vendas de aços longos caíram 10,2% no acumulado do ano e 17,5% em maio. As vendas de semi-acabados (placas, blocos e tarugos) diminuíram 8,3% no acumulado do ano, para 248,5 milhões de toneladas. No mês de maio, caíram 21,1% e somaram 48,6 mil toneladas. Entre os semi-acabados, as vendas de placas caíram 18,9% de janeiro a maio e foram 44,8% inferiores em maio. A comercialização de blocos e tarugos caiu 2,7% no acumulado do ano e 6,1% no quinto mês do ano.

Assim, a produção brasileira de aço bruto atingiu 13,44 milhões de toneladas nos cinco primeiros meses do ano, volume 0,5% maior em relação ao mesmo período de 2004. A siderurgia trabalha com 97% da sua capacidade instalada.

A fabricação de laminados recuou 1,5% e somou 9,36 milhões de toneladas. Na Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), a produção de laminados planos cresceu 18,9% e alcançou 968,8 mil toneladas. A produção de semi-acabados aumentou 0,4% e atingiu 2,94 milhões de toneladas. A fabricação de blocos e tarugos da Belgo-Mineira cresceu 1.163,1% e somou 53,2 mil toneladas.

A produção de semi-acaba-dos da Gerdau Açominas aumentou 67,3% e alcançou 112,4 mil toneladas. A Barra Mansa teve uma produção 22,9% maior (258,1 mil toneladas) de janeiro a maio e a Villares Metals produziu 23,8% a mais (60,8 mil toneladas).

De janeiro a abril, as exportações brasileiras cresceram 6,7% e totalizaram 4,14 milhões de toneladas. Em razão do desaquecimento da construção civil no país, as vendas externas de aços longos aumentaram 47,9% e atingiram 963,9 mil toneladas Em valor, aumentaram 70,7% e somaram US$ 2,27 bilhões. As importações brasileiras recuaram 9,2% e 182,41 mil toneladas. Em valor, foram 35,7% maiores e somaram US$ 238,32 milhões.