Título: Militantes lutam pela união civil
Autor: Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 23/06/2005, Rio, p. A13
Com o tema ''O direito de amar quem quiser. União Civil Já!'', a Parada Gay do Rio defende a união civil de pessoas do mesmo sexo. Os militantes do orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLTB) querem a aprovação do projeto de Lei 1.151, do ano de 1995, da então deputada Marta Suplicy, que prevê casamentos homossexuais. A Parada Gay também defende a implementação do projeto de Lei 5.003, de 2001, que reconhece como crime a discriminação contra GLTB. Segundo Cláudio Nascimento, presidente do grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual e coordenador geral do evento, a campanha da Parada do Orgulho GLTB-Rio pretende ainda destacar a importância da efetivação de ações e políticas sem discriminações, desvinculando-se de setores religiosos. Segundo Nascimento, o projeto de lei de união civil entre pessoas do mesmo sexo já passou por todas comissões da Câmara Federal, desde o ano de 1996.
- O projeto está pronto para ser voltado há quase 10 anos, mas os setores conservadores da câmara não querem que a comunidade homossexual tenha o direito de ver o projeto votado - opina Nascimento.
De acordo com Nascimento, há no Congresso Nacional cerca de 80 deputados da frente parlamentar pela livre expressão sexual.
- Há sempre uma desculpa ou outra para o projeto de união civil do mesmo sexo não ser votado. Entretanto, outros temas complexos e polêmicos já foram votados - aborrece-se Nascimento.
De acordo com o presidente do grupo Arco-Íris, em encontro com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, os militantes do GLTB receberam a promessa de incluir o projeto de Marta Suplicy na pauta de votações do senado.
- Ele disse que iria atuar como um juiz. Esperamos que sua posição como religioso se sobreponha a de autoridade máxima da casa - comenta Nascimento.
Os militantes do GLTB esperam que os dois projetos no senado sejam votados ainda este ano.
- No Brasil, são 23 milhões de homossexuais. Não somos minorias. Não queremos ser tratados como cidadãos de segunda classe - defende Nascimento.