Título: Lixo aproxima DF e Itália
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Fonte: Jornal do Brasil, 23/06/2005, Brasília, p. D5

Começou ontem, sob a chancela dos órgãos do governo federal ligados às áreas de Ciência e tecnologia e meio-ambiente, o namoro entre sete empresas italianas especializadas no processamento do lixo e empresas brasileiras, em grande parte estatais como a Belacap e a Caesb, por exemplo. Antes mesmo do fim das rodadas de negociação, conduzidas após a abertura formal do encontro, o presidente da Comissão de Resíduos Sólidos da Fibra Clementino, se mostrava otimista. - Como cidadão, espero que as parcerias aconteçam o mais rápido possível. Todos os municípios brasileiros têm condições de embarcar em joint ventures com empresas como essas - torceu, lembrando que o processamento adequado do lixo gera, além dos evidentes ganhos ambientais, emprego e renda.

Clementino destacou ainda que toda a Europa, pelas limitações territoriais, está avançada no tratamento do lixo. Assim, a possibilidade de novos contatos com empresas de outros países não está descartada. Entre as participantes da atual rodada, Clementino nomeou três com grandes possibilidades de fechar acordos no Brasil - a Marcopolo Environmental Group, a Rossato Fortunato e a Waste Italia.

Valerio Bertuccelli, representante da Waste no encontro, informou que a empresa já tem parcerias acertadas em São Paulo, nas cidades de Piaçaguera e Paulínia. O empresário revelou que a empresa investirá no Brasil, até o fim do ano, 2 milhões de euros nos dois projetos. Cada usina será capaz de produzir por dia, de acordo com Bertuccelli, 22 megawatts por dia, o bastante para alimentar uma cidade de 50 mil habitantes.

- Acreditamos que o Brasil virá a ser o maior vendedor de créditos de carbono do mundo - afirmou o italiano. Os créditos de carbono permitirão aos países industrializados incapazes de reduzir a emissão de carbono na atmosfera aos níveis estabelecidos pelo protocolo de Koto compensar o excesso financiando projetos de redução dessas emissões em países em desenvolvimento. A empresa representada por Valerio cuida do processamento do lixo em 350 cidades na Itália.

Representando a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, a assessora de Educação Ambiental Graça Afonso colheu informações para os programas do governo local. A Bertuccelli, perguntou sobre os centros de triagem.

- O GDF pretende conceder o direito de uso de lotes às nove cooperativas de catadores lque são cadastradas, entre as 18 existentes, para a criação de centros de triagem - informou.

Segundo a assessora, este e outros projetos farão parte do Brasília Sustentável, em que o Bird financiará metade dos gastos - US$ 115 milhões. Disse que os primeiros resultados serão visíveis até 2006.