Título: Rio Polímeros nasce com 300 clientes
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 23/06/2005, Economia & Negócios, p. A23
A inauguração da primeira central petroquímica do país movida a gás natural acontece hoje, mas a Rio Polímeros - o maior complexo gás químico da América Latina - já possui 300 clientes. Vinte e dois fabricantes de plásticos e embalagens manifestaram interesse em se instalar nos arredores do pólo, iniciando o que está sendo apelidado de cinturão do plástico. Sinoplastic, Recicling, Vibraço, Raízes e Poliembalagens se comprometeram a erguer fábricas no local e as obras já estão começando.
Após anos de negociação e investimentos de US$ 1,08 bilhão, a Riopol finalmente foi composta da seguinte maneira: a Suzano detém 33,3% do capital, fatia igualmente destinada à Unipar; outros 16,7% da Petrobras, o mesmo percentual do BNDES. São 4 mil metros quadrados de fábrica, em Duque de Caxias.
Além dos produtores nacionais de matéria plástica, as 540 mil toneladas de polietileno que serão produzidas por ano terão como destino o mercado externo. Trinta por cento da produção da Riopol serão exportados, conforme relata o diretor-superintendente da empresa, João Brandão.
A exportação de cerca de 160 mil toneladas de polietileno a partir do ano que vem poderá contar com o transporte ferroviário. Para isso, a direção da empresa está negociando com a MRS. João Brandão antecipa que um protocolo de intenções entre as duas companhias já foi assinado. A idéia é levar a carga sobre trilhos até o Porto de Sepetiba.
Hoje, sem a Riopol, o Brasil produz mais do que consome de polietileno. A produção é de 2 milhões de toneladas anuais enquanto o consumo está na casa 1,8 milhão de toneladas. A vantagem da Rio Polímeros sobre as demais centrais petroquímicas é o custo de produção, menor em função do uso de gás natural como matéria-prima em lugar da nafta.
- Ficamos menos dependentes das oscilações do petróleo. O preço do gás tende a ser menor - avalia Brandão.
Com expectativa de faturar US$ 650 milhões por ano, a Riopol começa a pagar os credores ainda neste ano. Deve US$ 284 milhões ao BNDES, US$ 198 milhões ao Exim Bank e US$ 170 milhões a um grupo de bancos americanos reunidos em sindicato. O restante do investimento - US$ 430 milhões - foi realizado com capital próprio.