Título: Estudo comprova destruição de mata
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 19/06/2005, Brasília, p. D10

Embora o Distrito Federal conte com 40% do seu território protegidos por uma reserva ecológica, o desrespeito ao meio ambiente tornou-se gritante e acontece até mesmo dentro das áreas de preservação. A devastação da mata nativa, a poluição dos recursos hídricos e as invasões de áreas públicas encabeçam a lista dos problemas mais graves apontados pelos especialistas. Enquanto isso, entidades não governamentais denunciam os abusos ao Judiciário e buscam, na sociedade civil, aliados para evitar que o meio ambiente seja ainda mais devastado. O problema é que os processos se arrastam por anos e quando a decisão é anunciada o estrago muitas vezes é irreversível.

Quem trabalha nas unidades de preservação reclama da falta de infra-estrutura física e humana. Os recursos para investimentos em melhorias, também são escassos. Necessidades que limitam a atuação de quem tem a difícil missão de educar e fiscalizar ao mesmo tempo. Nesta reportagem, o JB traça um mapa dos pontos considerados críticos por ambientalistas e relembram algumas vitórias importantes para a preservação do meio ambiente. O primeiro caso é o da Reserva da Biosfera do Cerrado - DF, conhecido pela sigla RBC-DF.

Reserva -- Ela existe oficialmente desde o dia 28 de julho de 1994. Ao todo são 230 mil hectares, uma área na qual é possível encontrar todos os tipos de formações florestais e ecossistemas associados ao bioma Cerrado. A RBC-DF engloba as mais importantes unidades de conservação da capital federal, dentre elas o Parque Nacional de Brasília; a Estação Ecológica de Águas Emendadas; a Reserva Ecológica do IBGE; a Estação Ecológica do Jardim Botânico e a Fazenda Água Limpa da UnB. Isso sem contar as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do Rio São Bartolomeu, do Rio Descoberto, do Cafuringa e do Gama/Cabeça de Veado.

Apesar da criação da Reserva, a devastação do meio ambiente nessa região não foi contido. Ao, contrário, tem se agravado com o passar do tempo. O Núcleo de Estudos Ambientais da UnB, coordenado pelo professor Gustavo Souto Maior, fez um levantamento no período de 1998 a 2001. Nesse estudo, constatou que houve perda de matas (em grande parte dos casos localizadas em áreas de preservação permanente); o crescimento das ocupações urbanas e diminuição das áreas reflorestadas.

Exploração - - O estudo revela que áreas anteriormente ocupadas por culturas agrícolas foram transformadas em conjuntos urbanos. Entre eles, os setores habitacionais Tororó, Vicente Pires e Núcleo Rural Lago Oeste.