Título: Novidades para o tipo 1
Autor: Maria Vianna
Fonte: Jornal do Brasil, 25/06/2005, Vida, p. 1

A diabete tipo 1 é uma doença auto-imune, em que o organismo do paciente destrói as células do pâncreas que produzem insulina, por isso a necessidade de se consumir a proteína via medicamento. A doença afeta a circulação e o funcionamento dos rins, olhos, nervos, órgãos sexuais e coração, se não for controlada.

Nesse caso, as novidades que mais animam os especialistas são as que prometem facilitar o dia-a-dia do paciente. A mais aguardada é a insulina em spray - similar às bombinhas usadas no tratamento da asma -, que funcionaria também para os portadores do tipo 2 da doença.

A versão inalável diminuiria de cinco para duas o número de injeções diárias do hormônio. Apesar das vantagens, já que aumentaria a adesão do paciente e diminuiria seu desconforto, restam dúvidas sobre os efeitos do remédio no pulmão. A previsão é que o medicamento esteja no mercado no ano que vem. Outra promessa - para daqui a dois anos - é o implante de insulina subcutâneo, capaz de liberar a substância gradualmente no organismo, diminuindo também o número de injeções diárias.

Apesar dos avanços científicos, os paciente continuam tendo que enfrentar um grande obstáculo: o alto custo dos novos medicamentos. O preço de cada bombinha de insulina gira em torno de R$ 6 mil. A duração do produto depende de cada caso.

Outra esperança é o transplante de células do pâncreas, as chamadas ilhotas. A idéia é mudar a ação das células-beta - que destroem a insulina no pâncreas - e fazer o organismo aceitar sua própria insulina. Em fase experimental, o transplante mostrou-se eficiente em apenas uma parcela dos pacientes e não se sabe se o resultado é definitivo.

Os médicos ressaltam que a forma como o paciente encara o tratamento é extremamente importante. Um estudo realizado pela Universidade Case Western mostrou que a terapia intensiva, uma forma mais rígida de controlar a glicose, diminui em 50% a incidência de doenças cardiovasculares nos diabéticos tipo 1. Nesse controle, os níveis de hemoglobina glicosilada têm de ficar em 7%, em vez dos 9% tradicionais.

''O risco de doenças cardiovasculares é dez vezes maior nos diabéticos por conta do nível de glicemia, que se controlado com rigidez diminui drasticamente a incidência de enfartes'', explica o médico David Nathan, do Massachussetts General Hospital.

Teste seu risco Descubra suas chances de ter diabete tipo 2 no futuro

Sou mãe e meu filho nasceu com um peso maior do que 3,5 quilos: Sim (1) / Não (0) Tenho irmão/irmãos com diabete: Sim (1) / Não (0) Tenho algum parente com diabete: Sim (1) / Não (0) Meu índice de massa corporal (IMC) é maior do que 25: Sim (5) / Não (0) Tenho menos de 65 anos e sou sedentário ou faço pouco exercício: Sim (5) / Não (0) Tenho entre 45 e 65 anos: Sim (5) / Não (0) Tenho mais de 65 anos: Sim (9) / Não (0)

SOME SEUS PONTOS: Mais de 10: grandes chances de estar com síndrome metabólica ou alguns dos sintomas da diabete tipo 2. Faça uma avaliação clínica.

Entre 3 e 9 pontos: seu risco é baixo, mas apenas se você conseguir manter seu peso estável adotando boa alimentação e prática de exercício físico nos próximos anos.