Título: Inovação é para os pequenos
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 25/06/2005, Economia & Negócios, p. A18

A taxa de inovação da indústria cresceu de 31,5% para 33,3% entre 2000 e 2003. O índice representa o percentual de empresas que inovaram processos ou serviços entre todas em operação no país. O aumento, porém, só foi verificado nas pequenas companhias. Todos os segmentos de fábricas com mais de 50 funcionários pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reduziram esforços em tecnologia entre 2000 e 2003, conforme mostra a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec). Como respondem por quase 80% do universo investigado pela pesquisa, as pequenas salvaram a taxa de inovação.

Entre as empresas que empregam entre 10 e 49 pessoas, a taxa aumentou de 26,6% para 31,1% no período. A inovação em empresas que possuem de 50 a 99 empregados despencou, de 43% para 34,9%. A queda foi de 49,3% para 43,8% entre companhias de 100 a 249 funcionários. Fábricas que têm de 250 a 499 trabalhadores apresentaram em 2003 taxa de inovação de 48%, menor do que os 56,8% apurados em 2000. Grandes empresas com mais de 500 funcionários reduziram a taxa de 75,7% para 72,5%.

''Se o ambiente macroeconômico de 2000 estimulou projetos de inovação tecnológica mais dispendiosos e parcerias para desenvolver produtos, o cenário adverso de 2003 levou as empresas a adotarem estratégias mais cautelosas: desenvolver projetos menos caros e arriscados'', explica a pesquisa.

Em 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,4% e a indústria, 4,8%. Já em 2003, a indústria permaneceu praticamente estável (0,1%) e o PIB cresceu apenas 0,5%.

Já o indicador que mede a inovação por meio de lançamento de produtos nacionais caiu em todas as faixas de empresas, aponta a pesquisa. A média de fabricação de produto novo encolheu de 4,1% para 2,7% em três anos.

As taxas de inovação mais recentes captadas pelo IBGE são de 26,9% para processo e de 20,3% para produto. Na pesquisa anterior as taxas foram, respectivamente, 25,2% e 17,6%.

Em 2000, 42,9% das empresas que investiam em Pesquisa e Desenvolvimento, realizavam esta tarefa de maneira contínua. Em 2003, esta percentagem subiu para 49,2%.