Título: Pesquisas ajudarão a definir as tarifas
Autor: Danyella Proença
Fonte: Jornal do Brasil, 28/06/2005, Brasília, p. D4

Tanto o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) quanto a Universidade de Brasília já estão investindo em pesquisas para avaliar quanto a população do DF está disposta a pagar pela água do Parque Nacional de Brasília. Segundo o diretor-adjunto da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea, José Aroudo Mota, as iniciativas podem servir como referencial para a Caesb estimar a compensação ambiental ao Parque. De acordo com Mota, o custo anual não seria alto para a a empresa de abastecimento, mas contribuiria para aliviar os custos do Parque Nacional de Brasília, estimados em mais de um milhão de reais por ano. Mota garante que, atualmente, os gastos da Caesb com o Parque são mínimos. Como a qualidade da água é considerada entre muito boa e ótima, a empresa não precisaria investir em tratamentos químicos. De acordo com o diretor -adjunto da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea, os únicos gastos da Caesb se destinaram a manter os vigilantes e a cerca construída para proteger a área explorada.

José Aroudo Mota destacou que a lei que institui o SNUC também dispõe sobre a as compensações devidas por empresas que têm postes de iluminação dentro do Parque. De acordo com o diretor, a regulamentação por parte do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente é fundamental para que essas questões possam avançar. Mota citou como falacioso um decreto, datado de 22 de agosto de 2002, que regulamenta os artigos 47 e 48 do SNUC - relacionados às compensações ambientais devidas por empresas de abastecimento de água e energia elétrica:

- Isso é mentira e de uma maldade muito grande. A lei é muito clara, mas não diz quanto é que quem capta tem que pagar. Assim, quem está captando simplesmente vai ficar quieto. Essa regulamentação ainda não foi feita e precisa ser cobrada com urgência - disse Mota.