Título: Cai otimismo do consumidor
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 29/06/2005, Economia & Negócios, p. A19

O consumidor está menos confiante nos rumos da economia, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), calculado pela entidade, caiu de 101,58 pontos no primeiro trimestre deste ano para 100,24 pontos no segundo, redução de 1,3%. É a segunda queda trimestral seguida e o resultado, segundo a CNI, mostra que o consumidor está sentindo mais intensamente a desaceleração da economia.

A pesquisa indica, ainda, que o medo do desemprego subiu. Em junho, 38% dos entrevistados responderam estar com muito medo do desemprego, enquanto que, na pesquisa de março, o percentual era 35%. O índice referente às expectativas de evolução do mercado de trabalho também indica menor otimismo, ao recuar pelo segundo trimestre consecutivo, com queda de quase 2%, na comparação com a pesquisa anterior. ''O movimento desse indicador está relacionado a um medo maior de demissões decorrentes de uma reversão dos resultados econômicos de em 2004'', informa a CNI em nota.

A expectativa quanto à evolução da renda em geral caiu 5,2% e quanto à renda pessoal, 1,5%. De acordo com a CNI, apesar da variação negativa, os indicadores estão acima de seus valores médios históricos e semelhantes aos resultados de junho de 2004.

O indicador de intenção de compras, porém, registrou aumento de 2,7%, neste último trimestre na comparação com os primeiros três meses do ano. De acordo com a CNI, o índice atingiu o maior valor desde o terceiro trimestre de 2001. ''Esses resultados permitem inferir que, embora o consumo no próximo trimestre não pareça ameaçado, as expectativas da evolução futura da renda delineiam uma trajetória de alerta. Com as perspectivas de renda futura em declínio e o medo do desemprego em alta dificilmente o consumo irá se manter em crescimento'', alerta o boletim.

Os consumidores também demonstraram otimismo com relação à evolução da inflação. O percentual dos entrevistados que esperavam aceleração da inflação era de 57%, na última pesquisa, sendo que nesse levantamento passou para 54%.

O estudo é elaborado com base em pesquisa de opinião pública feita pelo Ibope com 2 mil pessoas em todo o país.