Título: Brasília Sustentável sairá do papel
Autor: Bruno Arruda
Fonte: Jornal do Brasil, 01/07/2005, Brasília, p. D5

Técnicos do Banco Mundial (Bird) e do Governo do Distrito Federal concluíram ontem a preparação do contrato de empréstimo que financiará metade do programa Brasília Sustentável. Ainda falta, para que se concretize a injeção de dólares do Bird - US$ 57,6 milhões, com a mesma quantia de contrapartida do GDF - que a União forneça garantia à operação de crédito e o aval do Congresso Nacional. O programa se concentrará em ações de proteção e recuperação das bacias do Descoberto e do Paranoá, principais abastecedoras do DF. - Vencemos a etapa técnica e fechamos os termos do acordo. Agora, não devem demorar as autorizações de praxe do Governo Federal e do Congresso, pois a saúde financeira do DF é excelente e as intervenções do programa são fundamentais para a população - afirmou o secretário da Agência de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Urbano, Tadeu Filippelli.

O secretário acredita que as autorizações pendentes devem ser obtidas em até 15 dias. Como os técnicos do Bird também precisam da autorização da diretoria do Banco, o secretário acredita na assinatura do contrato em meados de agosto.

Pelos termos acertados, o governo da Capital terá cinco anos para executar o programa. Estima, no entanto que três anos bastarão. O prazo para a quitação da dívida é de 17 anos.

Enquanto isso, o GDF informou já iniciar os investimentos que comporão a contrapartida. Hoje, às 11h, será lançada licitação para a construção da rede de água e esgoto em Águas Lindas. Segundo Filippelli, não é necessário esperar a assinatura do contrato para começar o investimento da contrapartida, contanto que as obras cumpram os requisitos técnicos acertados no contrato.

Águas Lindas, em Goiás, situa-se na bacia do Descoberto, responsável por 65% da água do Distrito Federal. Com 150 mil habitantes, o crescimento da cidade e a intensa atividade agrícola e mineradora pressionam o manancial. Todo o investimento no local será feito pelo GDF.

O empréstimo do Bird servirá para financiar as ações relativas à Bacia do Paranoá. Na Vila Estrutural, serão utilizados US$ 30 milhões do banco em obras de drenagem e infra-estrutura de água e esgoto. US$ 8 milhões serão destinados ao fechamento e recuperação ambiental da área em que hoje fica o lixão do Jockey Club e na construção do novo aterro, em Samambaia, ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto Melchior.

Para obras em Vicente Pires semelhantes às prometidas para a Vila estrutural, US$ 4 milhões do Banco Mundial serão somados a US$ 30 milhões do GDF. Além disso, US$ 7 milhões do Bird serão destinados à informatização, equipagem e fortalecimento de órgãos como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.