Título: Vendas da cerveja resistem a escândalo
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 03/07/2005, Economia & Negócios, p. A20
Pedro De Lamare, diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio de Janeiro, não sabe como a empresa conduzirá o momento de crise que atravessa. Até agora, ele ressalta que as vendas não foram afetadas.
- Todo esse problema ficou restrito à questão empresarial e as marcas ficaram ilesas. Se a Nova Schin fosse líder de mercado, a queda seria bem significativa. Mas é uma situação preocupante porque ainda não sabemos se haverá mudanças na distribuição dos produtos caso se confirmem as denúncias - explica Lamare.
As vendas nos supermercados - canal responsável por 30% da movimentação de cerveja no país - também não caíram. O Carrefour também não registrou alteração na saída do produto.
- As vendas não mudaram. A Schincariol representa 8% do nosso volume negociado. É uma parcela importante. Até em áreas como a Região Serrana, as vendas da Itaipava, outra envolvida no escândalo, responsável por 15% do movimento, também permaneceu com sua quantidade comercializada estável - afirma Sandro Benelli, diretor da Sendas Distribuidora.
Do outro lado, os concorrentes monitoram cada passo da empresa paulista. A Ambev, principal concorrente e dona das marcas Skol, Brahma e Antarctica, e outras companhias como Cintra e Lokal, acompanham as vendas da rival nos principais pontos de venda e aproveitam o momento de crise para apresentar suas novidades.
A Cintra, que acaba de lançar a cerveja escura, sempre está atenta a novas brechas do mercado.
- A Schincariol tem um público importante. Por isso, é feito monitoramento diário dos concorrentes - explica Ana Paula Souza, gerente de marketing da Cintra, cerveja que no Rio de Janeiro detém 6,1 % de participação no mercado, à frente de Itaipava, com 4,9%, e Nova Schin, com 3,9%.
A Lokal, que também lançou recentemente um chope escuro, é outra que está de olho na fatia da Schin.
- Só vamos saber se a empresa vai perder mercado daqui há algum tempo e quem tiver maior poder de investimento ganhará consumidores - explica Marco Antônio Frederico, diretor da Lokal.