Título: PFL liga saques a votações na Câmara
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 05/07/2005, País, p. A6
A liderança do PFL divulgou uma lista de saques das empresas do publicitário Marcos Valério, avalista do PT, no Banco Rural que coincidiriam com votações de projetos considerados importantes para o governo. De acordo com os dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia e na semana seguinte à votação da reforma da Previdência, os saques de dinheiro somaram R$ 318 mil. No dia em que o texto da reforma tributária foi levado a plenário no primeiro turno, R$ 100 mil foram sacados e na semana seguinte, mais R$ 1,2 milhão. O levantamento, entretanto, conforme admitiu o líder do PFL no Senado, José Agripino, não passa de ilação, coincidência. Tanto é que há vários saques, a maioria por sinal, que não coincidem com qualquer votação.
Há retiradas de recursos que juntas somam, por exemplo, R$ 5 milhões e não têm relação com votação importante. Outros saques batem com datas em que projetos nada polêmicos eram votados. Um exemplo é a votação do Estatuto do Idoso. No dia da votação, a SMPB, empresa de Valério, sacou R$ 250 mil. O problema é que a votação foi simbólica e o tema era consensual. Na data em que o Estatuto do Desarmamento foi a voto, a retirada chegou a R$ 200 mil. No dia anterior, R$ 300 mil saíram da conta da empresa. No entanto, a votação desse tema é polêmica não pela choque entre governistas e oposicionistas, mas pelo confronto ideológico entre parlamentares da bancada da bala e adeptos do desarmamento.